A Índia pode ser um parceiro privilegia- do de Angola na procura de oportunidades de investimento, desde que o país se “mostre mais” e torne o acesso a ele mais facilitado
Para tal é preciso que Angola pro- mova mais as suas potencialidades na Índia e os empresários locais aproveitem da melhor forma as oportunidades que se abrem de ambos lados. Os conselhos são de Sunanda Rajendran, secretária-geral da Câmara de Comércio e Indústria Indo-Africana, à margem da visita à Zona Económica Especial Luanda-Bengo (ZEE), realizada essa Terça-feira, 16, à frente de uma delegação composta por 18 empresários do seu país em missão exploratória de oportunidades de negócio e investimento em África.
A secretária-geral, de uma das maiores agremiações de opera- dores do sector industrial privado indiano, com mais de 500 membros, convidou directamente o empresariado angolano, afirmando: “Encorajamos-vos a visitarem a India para mobilizarem investimentos, junto do nosso sector económico e das nossas pequenas, médias e grandes em- presas”.
A líder associativa indiana reforçou a ‘grandiosidade’ da sua agremiação, valência que pode ser aproveitada por Angola, revelando que ela representa, no momento, sete zonas francas no seu país, cinco zonas francas dos Emirados Árabes Unidos e outras tantas no continente africano, nomeadamente na Nigéria, Gabão e Gana, e nos últimos 40 anos tem estado focada na busca de investimento para canalizá-lo à África.
“Se juntarem os vossos esforços com os da nossa câmara vamos incrementar de forma exponencial as trocas comerciais entre Angola e Índia (…) Dos 54 países africanos, Angola está um pouco atrás no que à promoção diz respeito”, afirmou Sunanda Rajendran.
4.2 biliões de dólares em volume de comércio entre os dois países
Na ocasião, foi revelado que o volume de comércio entre os dois países é, actualmente, de 4.2 bilhões de dólares americanos, valor que, entretanto, pode ser superado se ocorrerem maiores sinergias entre ambas partes. Acrescentou que as oportunidades de investimento em Angola, à semelhança do que ocorre no seu país, estão no facto de ambos terem um crescimento médio similar e uma população jovem. A terminar, a secretária-geral da Câmara de Comércio e Industria Indo-Africana, Sunanda Rajendran, pediu ‘encarecidamente’ às autoridades angolanas, a simplificar o acesso a vistos de entradas no país, a todos os interessados e não apenas a investidores em zonas francas.
“Por favor, a simplificação do acesso ao visto, não deve ser apenas para as zonas francas, mas, para todos os potenciais empresários que queiram investir em Angola, porque a busca pelo investimento é também uma competição e dos 54 países africanos, aqueles que conseguirem oferecer os melhores serviços, com maior rapidez, vão estar aptos a conseguir mais e melhor investimento”, disse, a terminar, Sunanda Rajendran.
Por seu turno, o 2º secretário da Embaixada da Índia em Angola, Aditya Vats, em representação da sua chefe de missão diplomática, afirmou que entre Angola e a Índia existe uma trajectória de relações comerciais “vantajosa” e este tipo de acções concorre para a promoção de “relações mais profícuas”.
“Auguro que este encontro realizados no âmbito desta missão, nomeadamente com a AIPEX e outras entidades governamentais, produzam bons resultados”, disse Aditya Vats. A missão de empresários indianos integrou investidores dos ramos da agricultura, processamento alimentar, refinaria, minas, farmácia e do ramo das pescas. Por seu turno, o administrador Executivo da Zona Económica Especial (ZEE), Sebastião Cambaza, mostrou-se congratulado com a visita dos empresários indianos e encorajou-os a investir em Angola, declarando que o país tem as portas abertas.