Os momentos que antecedem à visita de Joe Biden estão a mexer com toda a estrutura da província. Do turismo, político, social ao económico, traduzindo-se na circulação de pessoas.
Em algumas zonas, o trânsito está condicionado, sobretudo naquelas que adentram na estrada nacional número 100. Terraplanagem de vias, abertura de separadores, no sentido de encurtar distâncias, são, de entre outras, operações infra-estruturais excepcionais.
O Presidente norte-americano deve escalar a província de Benguela às primeiras horas de hoje, quarta-feira. O governo local decretou tolerância de ponto a pensar numa recepção à dimensão do convidado, no caso Joe Biden, que visita pela primeira vez Angola.
No documento do Governo Provincial de Benguela, é proibido a realização de funerais nos cemitérios da Catumbela e no de Benguela, à Camunda. Em Benguela, registam-se movimentos frenéticos.
O assunto do dia é “Joe Biden”, que, para mui- tos, durante algumas horas, a visita restringe alguns direitos, com destaque para o de circulação, por conta de questões protocolares e de segurança. Cidadãos com quem este jornal privou divergem. Há quem não veja problema nisso, ao passo que outros não têm rejeição.
“É normal, os Estados não brincam quando o assunto é segurança”, assinala o cidadão Pedro Singe.
O escopo da visita de Biden a Benguela é, fundamentalmente, o cor redor do Lobito, projecto no qual o seu país investe biliões de dólares, que é operado pelo consórcio Lobito Atlantic Railwally, SA, daí ele ter reservado, na sua agenda de Estado, deslocação a uma das empresas tidas como pulmão do corredor. O presidente norte-americano visita o terminal portuário do Lobito e a fábrica de processamento de alimentos Carrinho.
O Chefe de Estado norte-americano participa, logo a seguir à visita à fábrica, da Cúpula do Corredor Transafricano de Lobito. A Biden, em Benguela, devem juntar-se os Presidentes de Angola, João Lourenço, da RDC, Félix Tshiseked; Zâmbia, Hackain- de Hichilema; Tanzânia, Samia Suluhu, para juntos se sentarem à mesma mesa e falar do famigerado corredor do Lobito, projecto estratégico para os norte-americanos.
Projecção de homens de negócios locais Empresários esperam tirar o máximo proveito possível com a visita de Joe Biden a Angola e encontrar oportunidades no corredor do Lobito, de maneira a crescer no mundo dos negócios com empresários norte-americanos.
“Estar atento àquilo que são a vinda de novas instituições, novas empresas e puder tirar proveito daquilo que é conhecimento de outras empresas”, diz João Buaio, empresário ligado ao sector financeiro.
Para o presidente da Associação dos Construtores, Carlos Fontes, se todos caminhos, actualmente, dão ao corredor, é sinal de que há algo importante que deve a ser explorado, por isso pensa ser importante que a classe empresarial esteja atenta a tudo que pode vir a ser operado.
O antigo administrador do Lobito, Amaro Ricardo, recomenda que os empresários tenham uma atitude mais acutilante e não esperem que seja apenas o Governo a lhes munir de informações relativas ao projecto.
Ele não tem dúvidas de que a entrada dos Estados Unidos no mercado do minério há- de trazer uma vantagem para o país. “Na tentativa anterior de revitalização do corredor, nós não tínhamos esses players”, considera.
Hoje, nas vestes de académico, Amaro Ricardo, que fez parte da equipa que trabalhou na revitalização do corredor, enaltece o facto de o projecto ter ganhado um outro ímpeto com os investimentos norte-americanos.
Uma proeza chamada certificação
O Aeroporto Paulo Teixeira Jorge já é, como se sabe, um aeroporto internacional, surgindo numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visita a província de Benguela.
O anúncio da sua certificação foi feito em conferência de imprensa, no recinto aeroportuário. Na conferência, o presidente da comissão executiva da Sociedade Gestora Aeroportuária, Manuel Gomes, considerou esse passo um feito de alegria e satisfação para todos, de Benguela, em particular, a julgar pelo facto de se ter sido afigurado em um processo moroso, difícil, porém possível.
O «Air Force», designação do avião que transporta o Presidente dos Estados Unidos, pode vir a ser a primeira aeronave a fazer o vôo inaugural, na rota Angola/Cabo- Verde. De acordo com a agenda de Biden, divulgada pela Casa Branca, do aeroporto Paulo Teixeira Jorge, o Air Force segue à República de Cabo-Verde.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela