A classe empresarial defendeu, ontem, em Luanda, a maior aposta no ensino, apoio à agricultura familiar, reforço da electricidade e melhoria das infra-estruturas na zona rural para concretização das metas estabelecidas na Estratégia de Longo Prazo (ELP – Angola 2050).
Num encontro de auscultação e consulta pública a empresários, sobre a referida estratégia, ficou patente a solicitação de maior atenção ao empresariado nacional. Segundo o presidente da Associação de Brigadas de Mecanização Agrícola (ABRIMECA) e também Presidente do Conselho de Administração da empresa Electro-Cavemba, o Estado precisa fazer uma projecção dos hectares a serem preparados para se cultivar até 2050. Aconselha ainda a expansão das acções do Banco de Desenvolvimento Angola(BDA) ao nível das províncias para facilitar o crédito aos agricultores locais.
O director da Fazenda Santa Teresa, Paulo Baptista, sugere o investimento em meios tecnológicos de apoio à produção agrícola, citando os tractores, os insumos agrícolas, os drones, assim como robots. Esta medida, acrescenta, visa dar resposta imediata aos desafios futuros do mercado, face ao aumento da procura de alimentos em função do crescimento da população no país, previsto para 68 milhões de habitantes, segundo o ELP – Angola 2050. O presidente da Associação dos Agentes Autorizados da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), Luquela Miguel Paulo, aponta a sub-divisão dos prestadores de serviços energéticos em zonas para facilitar o controlo e a prontidão de resposta aos problemas de distribuição da energia.
A representante da Fazenda Filomena, Ana Maria Domingos, alertou o Executivo a preocupar- se com a estratégia para beneficiar as indústrias que têm eleva- dos custos na produção de bens. No capítulo do ensino, o auditor externo singular, José Luís Faria Magro, entende que Angola precisa de quadros e para suprir esta necessidade impõe-se uma forte aposta no ensino de base, “por- que não é possível chegar à universidade, sem antes passar aí”.
Acrescenta a importância do investimento na qualidade dos professores e sugere a criação de pólos universitários, aproveitando as potencialidades de cada região, sem colocar necessariamente várias universidades em cada província. O ELP – Angola 2050 é o documento estratégico de todo o Sistema Nacional de Planeamento e tem como principais objectivos a consolidação da paz, alcance da reconciliação nacional e o fortalecimento de um Estado soberano e independente.