A educação registou um aumento de 4,10% no período em destaque, segundo o relatório mais recente do Instituto Nacional de Estatística (INE), tendo sido a classe que mais impactou a inflação mensal, com um aumento de 4,10% em todo o país.
Este aumento passou a ser sentido com o início do ano lectivo, o que agrava ainda mais o orçamento das famílias angolanas. Por província, a educação também foi a maior responsável pela subida dos preços na capital, Luanda, com um aumento de 4,43%.
O Índice de Preços no Consumidor da província do Cunene registou uma variação de 2,02% de Agosto a Setembro deste ano, sendo que a classe “Educação” foi a que registou, também, o maior aumento de preços com 10,01%.
Com o sector da educação a registar aumentos expressivos, as famílias angolanas enfrentam mais um desafio para equilibrar as suas finanças num cenário de crescente instabilidade económica. Outras classes que contribuíram para a elevação dos preços foram “Lazer, Recreação e Cultura” com 2,25%, “Hotéis, Cafés e Restaurantes” (2,23%) e “Saúde” (2,21%).
No geral, no que diz respeito a Luanda, a variação de preços situou-se em 1,56%, marcando uma desaceleração de 0,07 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Em termos homólogos, Luanda continua a registar uma inflação elevada, com uma variação anual de 38,66%, 20,83 pontos percentuais acima do observado no mesmo período do ano anterior.
O aumento de 0,02 pontos percentuais na variação mensal reflecte pressões contínuas sobre o Índice de Preços no Consumidor. Comparando com o mesmo período do ano passado, a inflação desacelerou em 0,47 pontos percentuais, mas ainda se mantém alta, com uma variação homóloga de 29,93%.
As províncias que registaram menor variação nos preços foram Lunda-Sul com 1,23%, Huambo com 1,26% e Cuanza-Sul (1,36%). Por outro lado, Bengo foi a província que mais sofreu com o aumento dos preços, atingindo uma variação de 2,92%, seguida de Namibe com 2,09%.
Entre as classes que mais contribuíram para a subida do nível geral de preços em Setembro, “Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas” destacam- se como a principal responsável, com uma contribuição de 1,00 ponto percentual no índice nacional.
A pressão sobre os preços dos alimentos tem sido uma constante nos últimos meses, reflectindo a dificuldade de abas- tecimento e os desafios do sector agrícola. Em Luanda, esta classe também foi a maior contribuidora com 0,96 ponto percentual.
Nas províncias, as variações mais acentuadas foram verificadas em Cabinda, com um aumento de 2,13% no Índice de Preços no Consumidor, puxado pela classe “Lazer, Recreação e Cultura” que registou um aumento de 5,05%.
A província do Namibe registou uma variação de 2,09%, com destaque para o aumento dos preços na classe “Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas” (2,02%). Os números do INE reforçam a necessidade de medidas urgentes para conter o avanço da inflação no país, que continua a pesar sobre o poder de compra da população.
Destacam-se também os aumentos dos preços verificados nas classes “Mobiliário, equipamento doméstico e manutenção” com 2,53 %, “Alimentação e bebidas não alcoólicas” com 2,24% e “Vestuário e calçado” com 1,69 %.
A classe “Alimentação e bebidas não alcoólicas” foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços com 1,22 ponto percentual durante o mês de Setembro, seguida das classes “Educação” com 0,24 ponto percentual, “Mobiliário, equipamento doméstico e manutenção” com 0,10 ponto percentual e “Vestuário e calçado” com 0,09 ponto percentual. As restantes classes tiveram contribuições inferiores a 0,09 ponto percentual.
POR:Francisca Parente