O processo de privatização está em curso e pode trazer impactos positivos no crescimento económico e na diversificação da economia angolana. A privatização da ENSA, que prevê a venda de 720 mil acções no mercado, é vista por Eduardo Manuel como um passo importante para a absorção de capital privado em Angola.
De acordo com o especialista, a entrada de novos investidores não só deverá melhorar a gestão da empresa, mas também aumentar as receitas do Estado, tanto por via tributária quanto pelo crescimento dos lucros da seguradora.
“Com a entrada de capital privado, espera-se uma gestão mais eficiente, o que colocará pressão sobre as demais empresas do sector para revisarem suas estratégias de negócio. Isso aumentará a competitividade entre as seguradoras que operam em Angola, beneficiando, em última análise, o consumidor”, sublinhou o economista.
Além disso, Eduardo Manuel destaca que o processo de privatização da ENSA oferece um acesso menos burocrático ao mercado, o que pode incentivar pequenos e médios investidores a participar.
“Esse tipo de leilão abre portas para uma democratização do acesso ao mercado de capitais, o que é essencial para o crescimento da economia”, acrescentou. A venda dessas acções também deverá contribuir para o crescimento económico do país, especialmente através do impacto positivo no Produto Interno Bruto (PIB).
As receitas provenientes da privatização poderão ser canalizadas para projectos de investimento público nos sectores de saúde e educação, promovendo o desenvolvimento social e económico. “Com mais capital disponível, o Estado terá a oportunidade de financiar iniciativas ligadas à diversificação económica, algo que é urgente nas províncias do país.
O resultado será um aumento das receitas fora do sector petrolífero, reduzindo a dependência do petróleo”, destacou o economista.
Salientou que a privatização também permitirá maior disponibilidade de capital para financiamento ao sector privado, com destaque para micro, pequenas e médias empresas, fortalecendo ainda mais o tecido empresarial e fomentando o crescimento do mercado.
Eduardo Manuel enfatizou que esta privatização também irá aumentar o capital disponível para financiamento ao sector privado, sobretudo às Micro, Pequenas e Médias Empresas.
lucro cifrado em 5,28 mil milhões de kwanzas
A ENSA, no ano passado (2023), registou um lucro líquido de 5,28 mil milhões de kwanzas, impulsionado pelo aumento no volume de prémios emitidos. Actualmente, o capital próprio da empresa atingiu os 54,17 mil milhões de kwanzas, com um retorno de 10%.
O passivo, composto principalmente por provisões técnicas, totalizou 150,89 mil milhões de kwanzas no final do ano, comparado com 96,72 mil milhões em 2022, apresentando um rácio de cobertura de 109%.
Já os activos líquidos da companhia alcançaram igualmente 267,94 mil milhões de kwanzas (face a 183,43 mil milhões em 2022), e o valor das indemnizações líquidas de resseguro foi de 32,84 mil milhões de kwanzas, resultando num rácio de sinistralidade de 55%
POR:Francisca Parente