A redução é relevante que seria preciso recuar ao primeiro trimestre de 2016 para encontrar níveis abaixo dos actuais 57,4 mil milhões de dólares em dívida externa
A dívida externa bruta de Angola posicionou-se nos 57,4 mil milhões de dólares no primeiro trimestre de 2023, depois de ter encerrado o ano de 2022 nos 58,7 mil milhões de dó- lares, como mostram os dados do Banco Nacional de Angola (BNA). Consoante os dados do Banco Central, verifica-se que a dívida externa angolana caiu 1.282 milhões de dólares de 2022 para o primeiro trimestre de 2023. A redução é relevante que seria preciso recuar ao primeiro trimestre de 2016 para encontrar níveis abaixo dos actuais 57,4 mil milhões de dólares em dívida externa.
Desde aquela altura, a dívida foi sempre superior a estes números. Aliás, o próprio ano de 2016 já ter- mina com uma dívida externa de mais de 60 mil milhões de dólares. Em 2017, houve melhorias, mas a dívida externa continua em alta e termina o ano nos 59,8 mil milhões de dólares.
Depois de 2017, a dívida externa ficou sempre acima dos 60 mil milhões de dólares, sendo que em 2020 e 2021, respectivamente, chegou mesmo a fechar o ano acima dos 64 e 65 mil milhões de dólares. Se virarmos o olhar específico para os credores, percebemos que boa parte da referida dívida, cerca de 33,2 mil milhões de dólares, é comercial, ou seja, advém de títulos e obrigações, enquanto 13 mil milhões são de acordos bilaterais e multilaterais.
Os maiores credores
Quanto aos Estados credores, a China segue sólida e isolada como maior credor de Angola, com uma dívida a seu favor a rondar 19,4 mil milhões de dólares. Entretanto, a China controla mais de um terço do total da dívida pública externa de Angola. Mas ainda assim, os números mostram uma boa evolução, já que, apesar de ainda grande, a dívida com a China tem vindo a diminuir ano após ano. Em segundo lugar, na lista dos países que controlam a dívida pública angolana surge a Grã-Bretanha, com um crédito de mais de 14,3 mil milhões de dólares.
Ao contrário da China ,onde a dívida tem vindo a reduzir de ano para ano, com este país europeu tem vindo a seguir no sentido inverso. Para completar o pódio dos maiores credores internacionais de Angola, surgem as organizações internacionais, encabeçadas por Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional. O Estado angolano deve mais de 5,5 mil milhões de dólares aos dois organismos . Os números indicam que com estes credores a evolução da dívida tem sido um verdadeiro sobe e desce desde 2019.
POR: Ladislau Francisco