A dívida externa do país, incluindo os atrasados, registou um aumento de 0,03% no terceiro trimestre de 2024, passando de 48,111 mil milhões para 48,125 mil milhões de dólares.
O crescimento foi impulsionado por uma subida na dívida bilateral, que atingiu 3,701 mil milhões de dólares em setembro. O documento do Banco Central revela que a dívida com organizações multilaterais, como o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), subiu 141,8 milhões, alcançando 9,692 mil milhões de dólares.
Já a dívida comercial, responsável por 72% do total, teve um aumento de 18,2 milhões, situando-se em 34,731 mil milhões de dólares. Sem contar com os atrasados, a dívida externa subiu 8,2 milhões para 47,797 mil milhões de dólares.
Os atrasados, por sua vez, registaram um aumento de 1%, passando de 259,2 milhões para 263,9 milhões de dólares. O maior crescimento percentual ocorreu nos juros de mora, que aumentaram 2,22%, alcançando 64,4 milhões de dólares, o valor mais alto registado em 2024.
Emissão de títulos da dívida Pública
A emissão de títulos de dívida pública, conforme o BNA, rondou os quase 298,8 mil milhões Kz, que comparado com o mesmo mês deste ano, é de menos 540,2 mil milhões Kz.
As obrigações do Tesouro (OT) representam 61,6% (pelo menos 184,2 mil milhões Kz), enquanto os BT 38,4% (114,6 mil milhões Kz) do total da dívida pública emitida em Outubro deste ano. Em termos de credores, os Estados Unidos destacam-se com uma dívida de 4,353 mil milhões de dólares, consolidando- se como o terceiro maior credor de Angola, atrás do Reino Unido e da China.
A dívida com o Reino Unido subiu para 13,549 mil milhões, enquanto a dívida com a China, maior credor do país, manteve a trajectória de queda, reduzindo-se de 15,865 mil milhões para 15,610 mil milhões de dólares. Nas organizações internacionais, a dívida aumentou para 5,329 mil milhões, face aos 5,201 mil milhões registados no segundo trimestre.
Países de expressão portuguesa Entre os países de língua portuguesa, Portugal continua a liderar como maior credor, embora tenha registado uma redução para 899,3 milhões de dólares. Seguem-se São Tomé e Príncipe, com 23,9 milhões, e o Brasil, com 6,1 milhões de dólares.
O relatório do BNA reflete os desafios da gestão da dívida externa em um contexto de pressões económicas, sublinhando a importância de equilibrar as fontes de financiamento e honrar os compromissos com os credores internacionais.