Inquérito ao Emprego em Angola (IEA) mostra que, no global, a situação do emprego melhorou, mas também aponta para a manutenção de males antigos
O Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta que o país registou uma desaceleração de 0,4 pontos percentuais (pp) na taxa de desemprego do quarto trimestre de 2022, quando comparado com o terceiro trimestre do mesmo ano. Se comparado com o período homólogo, ou seja, quarto trimestre de 2021, a população desempregada diminuiu 8,0%, sendo que a taxa de desemprego desacelerou 3,3 pontos percentuais, que corresponde a uma variação de menos 10,0 %.
Os dados do INE, tornados públicos por via do Inquérito ao Emprego em Angola (IEA), indicam que a taxa de desemprego na área urbana é de 38,5%, cerca de três vezes superior à da área rural que se fixa nos 13,5%, uma diferença de 25,0 pontos percentuais. O desemprego é mais elevado para os homens com 30,4 %, comparando com as mulheres que está cifrada em 28,9%. Já a população empregada saltou de 11,5 milhões no terceiro trimetre para 11,7 milhões no quarto trimestre de 2022.
Quanto aos sectores, a agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca com cerca de 50% dos empregos, são os que absorvem maior parte da população empregada, seguido do comércio a grosso e a retalho que absorve 21,7%. Além deste velho problema, já que a agricultura ainda é sinónimo de salários baixos e até mesmo subemprego, ainda persistem outros.
Os dados do INE também indicam que a taxa de emprego informal é maior na área rural que na área urbana 79,7% enquanto na área rural cai para 54,4%. Acresce que as boas notícias da empregabilidade não acompanham o emprego jovem, já que, conforme os dados, no quarto trimestre saltou de 2,6 no terceiro trimestre para 2,9 milhões no último trimestre do ano passado, ficando pelos 52,9%, ou seja, mais de metade dos jovens não têm emprego.
Informalidade
Segundo o INE, ao nível nacional, a maioria das pessoas empregadas encontra-se na área informal com 80,5%. No quarto trimestre de 2022, a maioria dos empregados no emprego informal foram trabalhadores por conta própria (50,3%), trabalhadores familiares (29,5%) e trabalhadores para o consumo próprio (10,7%).
POR: Ladislau Francisco