O governador do Banco Nacional de Angola afirma, na sua primeira entrevista desde que voltou ao comando do banco central e que OPAÍS publica na sua edição de amanhã, que a depreciação do kwanza tenderá a “ser cada vez menos acentuada. Tal acontecerá “à medida que o mercado for sentindo o efeito de uma política monetária restritiva e ganhando maior previsibilidade e domínio sobre o acesso ao mercado cambial, incluindo para operações privadas”.
O kwanza já depreciou cerca de 30% desde que foi introduzido um novo regime cambial sem que a inflação deixasse de baixar, mas o governador do BNA mostra-se prudente e avisa que ainda é cedo para ter uma avaliação completa do impacto da alteração do câmbio sobre os preços. José de Lima Massano considera que se tratam de “sinais positivos, mas ainda prematuros para conclusões definitivas”.
O governador do banco central assinala que os agentes económicos anteciparam a correcção dos preços em alta, agravado por incertezas quanto à capacidade de renovação de stocks de bens importados e muitos deles já haviam adoptado como referência a taxa de câmbio do mercado informal.
Na entrevista concedida a OPAÍS, José de Lima Massano considera que o abrandamento das importações, por si só, não será suficiente para o efectivo controlo da inflação e que, para se atingir uma taxa de inflação baixa e estável, será necessária a conjugação de vários factores. Entre estes factores contam-se a redução do défice fiscal, o controlo dos agregados monetários, a melhoria do ambiente de negócios e, definitivamente, o aumento competitivo da produção interna, com ênfase para a produção de alimentos