Apesar dos custos altos com a manutenção, resultado do mau estado das estradas, até Dezembro, a empresa estima atingir o número de 600 postos de trabalho, contra os 142 criados em 2021, fruto de novos investimentos. Concorrência é o que não falta num mercado considerado aberto
Os custos de manutenção da frota de autocarros da empresa Huambo Express, que opera no segmento de transportes rodoviário interprovincial e urbano, tem um peso superior a 30%, comparativamente aos outros encargos da firma. Esse detalhe foi avançado pelo director-geral da Huambo Express, Fabrício Herbstrith.
O gestor refere que estes custos estão relacionados com a importação de peças e equipamentos para a manutenção dos autocarros. Entretanto, realça que as estradas estão a causar desgastes elevados a frota. “Temos boas estradas em alguns trechos da via, mas em muitos locais está tudo mal. Uma destas estradas é a que liga Benguela ao Huambo, por onde passam muitas das nossas viaturas. Este facto faz com que a manutenção tem muito peso nas nossas contas anuais, que podem ficar acima dos 30%”, lamentou. Sublinhou que, em face do número de motoristas enquadrados, eles também representam um grande peso.
A título de exemplo, disse que na ligação Luanda – Namibe trocam de motorista em três cidades, nomeadamente Sumbe, Benguela e Lubango. Para assegurar o normal funcionamento dos autocarros, Fábricio disse que “neste momento está a chegar um contentor de 40 pés composto de material de reposição vindo da China. Trata-se de uma despesa superior a 100 mil dólares”, disse, avançando que a encomenda é composta de vidros, parabrisas, filtros, pneus e não só, sem contar os investimentos de 1 milhão e 300 mil dólares, e 1 milhão e 600 mil, para aquisição de novos meios rolantes, com o fim de duplicar a frota que passou de 42 para 70 autocarros
500 milhões de Kwanzas por cada novo terminal
No quadro do seu processo de expansão pelo país, a Huambo Express está a abrir novos terminais de passageiros, equipadas com varios serviços. A empresa está a investir, em média, 500 milhões de Kwanzas, como avançou Fabrício Herbstrith. “Vamos abrir terminais em Mbanza Congo, Luvo e Nzeto, na província do Zaire, ainda este ano, e em Janeiro do próximo ano, o Uíge e Malanje vão ter terminais com ligações interprovinciais”, indicou, acrescentando que em Dezembro deste ano será aberto o terminal de Santa Clara, na província do Cunene, extremo sul do país, quando o Namibe viu aberto o seu terminal recentemente. A média, em termos de empregos criados, é de 20 por terminal. “Estes investimentos permitiram que passássemos, em dois anos de operações, de 142 funcionários para 528. Até final do ano podemos chegar aos 600 colaboradores”, admitiu.
Concorrência saudável
O mercado do Transporte Rodoviário de passageiros é disputado por outras companhias, sendo a Macon a líder, em termos de meios circulantes, ligações pelo país e terminais, numa concorrência com a Ango-Real, Rosalina Express, CB&B e outras. Sobre o assunto, Fabrício Herbstrith diz que “temos um mercado aberto aonde a prestação de um serviço satisfatório vai fazer toda diferença”.
“Mas o mercado é bom. Conversamos com os nossos concorrentes e falamos muito sobre a nossa actividade”, destacou.Por outro lado, o gestor entende que é preciso maior investimento no sector dos transportes, com a aquisição de mais autocarros para os segmentos urbanos e inter- provinciais, sem descurar a melhoria das estradas. “O sector dos transportes terrestres de passageiros em Angola ainda é fértil. Precisa de mais investimentos nas infraestruturas de base, como são os casos das estradas”, indicou.