O crédito bruto ao sector não financeiro, em Julho de 2024, totalizou 6,8 biliões de kwanzas, o que perfaz um aumento de 1 060,6 mil milhões em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados pelo Banco Nacional de Angola (BNA)
O crescimento do crédito ao sector não financeiro representa um aumento percentual de 18% em comparação ao mês anterior, impulsionado pelo endividamento do sector privado, que representou 89,1% do total, incluindo empresas privadas e particulares.
Enquanto isso, o sector público, que abrange a administração pública e empresas estatais, respondeu por 10,9%. O crédito ao sector real da economia, no entanto, teve um ligeiro declínio, com a agricultura e pesca a sofrerem as maiores contracções.
Conforme o BNA, dentro do crédito ao sector não financeiro, o stock de crédito à economia em moeda nacional alcançou 5,0 biliões de kwanzas, mostrando um incremento de 460,3 mil milhões de kwanzas nos primeiros sete meses de 2024.
O endividamento do sector público não financeiro somou 738,7 mil milhões de kwanzas, com a administração pública representando 54,8% e as empresas públicas 45,2%. Comparado ao mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 123,4 mil milhões de kwanzas (20,1%) neste segmento.
No sector privado, o endividamento subiu para 6,1 biliões de kwanzas em Julho de 2024, registando um aumento de 937,2 mil milhões de kwanzas (18,3%) em relação ao mesmo mês de 2023.
As empresas privadas não financeiras representaram a maior parte desse montante, com 4,7 biliões de kwanzas, um acréscimo de 866,7 mil milhões de kwanzas (22,4%). Já o endividamento dos particulares atingiu 1,3 biliões de kwanzas, um aumento mais modesto de 70,5 mil milhões de kwanzas (5,7%).
Por outro lado, o crédito bruto direccionado ao sector real da economia somou 1,31 biliões de kwanzas em Julho deste ano, o que representa uma ligeira queda de 1,43% (18,99 mil milhões de kwanzas) em relação ao ano anterior.
Este decréscimo foi impulsionado principalmente pela redução dos recursos alocados ao subsector da “agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca”, que viu os seus financiamentos encolherem em 31,78% (137,29 mil milhões de kwanzas).
Avisos do BNA
Em contraste, o crédito total concedido no âmbito do Aviso n.º 10/2022, do Banco Nacional de Angola (BNA), para o fomento do sector real cresceu de forma significativa, alcançando 1,12 biliões de kwanzas, representando 85,93% do total de crédito ao sector real e 18,39% da carteira de crédito bruto do sistema bancário.
Este aumento foi particularmente impulsionado pelo financiamento de projectos no subsector da indústria transformadora, que experimentou um acréscimo de 112,85 mil milhões de kwanzas (21,39%) em comparação com o período homólogo.
No que se refere aos subsectores de actividade económica, o crédito ao sector real destacou- se principalmente nas indústrias transformadoras, que receberam 651,30 mil milhões de kwanzas, dos quais 98,32% foram concedidos ao abrigo do Aviso n.º 10/2022.
Seguiram-se as indústrias extractivas, com 361,96 mil milhões de kwanzas, e o subsector de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, que recebeu 294,72 mil milhões de kwanzas, sendo a quase totalidade desses montantes concedidos sob os avisos específicos do BNA.
Este panorama aponta uma dinâmica de crescimento no crédito ao sector não financeiro, com destaque para o endividamento privado, embora o sector real da economia mostre sinais de contracção em áreas importantes como a agricultura e pesca, exigindo atenção para manter a sustentabilidade do desenvolvimento económico do país.
POR:Francisca Parente