Desse montante, 89,2% correspondem ao endividamento do sector privado, enquanto o sector público contribuiu com 10,8%. O crédito à economia, exclusiva- mente em moeda nacional, totalizou 6,0 biliões de kwanzas, com um acréscimo de 1 388,6 mil milhões de kwanzas em relação a Dezembro de 2023.
Especificamente no sector público não financeiro, o endividamento alcançou 830,0 mil milhões de kwanzas, dos quais 62,1% foram destinados à administração pública e 37,9% às empresas públicas, registando um crescimento de 130,2 mil milhões de kwanzas em termos anuais. O relatório destacou um aumento expressivo no endividamento do sector privado, que passou de 5,3 biliões de kwanzas em Novembro de 2023 para 6,9 biliões em Novembro de 2024, um crescimento de 29,4%.
As empresas privadas não financeiras foram as maiores beneficia- das, com um incremento de 1 361,3 mil milhões de kwanzas (33,1%), atingindo um total de 5,5 biliões. Os particulares também registaram um aumento, embora mais moderado, de 199,4 mil milhões de kwanzas (16,6%).
Sector real da economia
O crédito ao sector real da economia somou 1,60 biliões de kwanzas, representando um crescimento de 30,13% em relação ao período homólogo. Esse incremento foi impulsiona- do, em grande parte, pelo subsector da indústria transformadora, que recebeu 157,28 mil milhões de kwanzas adicionais (26,27%).
No contexto do Aviso n.º 10/2022 do BNA, o crédito direccionado ao fomento do sector real alcançou 1,05 biliões de kwanzas, correspondendo a 14,86% da carteira de crédito bruto do sistema bancário.
Entre os subsectores contemplados, destacam-se as indústrias transformadoras, que foram responsáveis por 756,07 mil milhões de kwanzas (47,25%), com 97,20% concedidos sob o Aviso em questão. As indústrias extractivas foram beneficiadas com 509,52 mil milhões de kwanzas (31,84%), enquanto a agricultura, produção animal, caça, floresta e pescas receberam 334,42 mil milhões de kwanzas (20,90%), sendo que 89,79% foram financiados no âmbito das medidas de fomento ao sector real.
Os dados apresentados pelo BNA refletem a consolidação do sistema financeiro angolano no apoio à economia nacional. Estes dados apontam que a expansão do crédito ao sector privado e ao sector real demonstra ainda os esforços para impulsionar o desenvolvimento económico e diversificar as bases produtivas, apesar dos desafios estruturais enfrentados pelo país.
O aumento do financiamento à indústria transformadora e à agricultura destaca-se como um indicador positivo para a sustentabilidade económica a médio e longo prazo. O relatório reforça ainda a importância de manter políticas financeiras que incentivem a concessão de crédito responsável, promovendo o crescimento inclusivo e equilibrado em todos os sectores.
POR:Francisca Parente