Agora é definitivo .O comboio do Caminho-de-ferro de Benguela (CFB) já transporta minério da República Democrática do Congo, que será embarcado no Porto do Lobito, província de Benguela.
POR: Patrícia de Oliveira
Passados três anos desde a sua conclusão, o CFB vai agora cumprir com a tarefa fundamental: transportar minério da Zâmbia e do Congo Democrático para o Porto do Lobito, província de Benguela. O manganês das regiões de Kisenge, província de Katanga, Congo Democrático, marca o reinício das operações internacionais do CFB paralisadas há mais de 30 anos.
De acordo com o director do Gabinete do Corredor de Desenvolvimento Económico do Lobito, Jesus Nelson Martins, neste primeiro carregamento, que aconteceu ontem, Segunda-feira, 5 de Março, foram embarcadas 25 vagões, sendo que cada vagão vai transportar dois contentores de 20 toneladas, cujo destino é a Índia . “Não lhe posso precisar a regularidade de transportação de minério, mas é uma actividade que se enquadra na vocação do Corredor do Lobito”, disse. A cerimónia que teve lugar no município do Luau, província do Moxico, foi testemunhada por individualidades dos dois países, com realce para o ministro dos Transportes de Angola, Augusto da Silva Tomás. Agora, já só falta a Zâmbia ligar- se à linha férrea de Angola, pois tem igualmente interesse no transporte de minério para o Porto do Lobito.
A entrada em funcionamento do comboio vai pôr fim a circulação de camiões que até agora transportavam grandes quantidades de minério para a África do Sul, e que estão a danificar as estradas por onde passam até chegar ao destino. “O Caminho-de-ferro de Benguela foi construído para transportar minérios. Essa é uma das principais motivações da reabilitação e modernização do CFB. Aliás, o Congo Democrático é um país encravado e o porto mais próximo é o do Lobito”, disse recentemente o diretor-geral do Gabinete do Corredor do Lobito, Jesus Nelson Martins. Embora não tenha sido entregue definitivamente, o reabilitado e modernizado Caminho-ferro de Benguela foi reinaugurado a 14 de Fevereiro de 2015, numa cerimónia orientada pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e presenciada pelos seus homólogos do Congo Democrático e da Zâmbia.
Por dentro do Corredor do Lobito
O Corredor de Desenvolvimento do Lobito conta com dois portos, um de carga geral e outro de minérios, reabilitados e modernizados, um caminho-de-ferro com uma extensão de 1344 km quilómetros, com os aeroportos do Luena, Luau (província do Moxico), Benguela e da Catumbela (Benguela), o maior de todos. Plataforma logística que engloba vários subsectores dos transportes estima-se que o Corredor do Lobito tenha custado aos cofres do Estado mais de USD 5 mil milhões com a reabilitação de portos, caminhos-de-ferro e aeroportos.