Seis cooperativas agrícolas do município do Cubal, na província de Benguela, estão a beneficiar de um sistema integrado de irrigação fotovoltaico que alimenta mais de 14 hectares a uma distância de 1400 metros.
Iniciativa da ONG Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), com o financiamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o sistema de irrigação tem 96 painéis solares, com a capacidade de 44,160 kaveares, e três bombas submersas.
Construído na antiga fazenda Eliza, este sistema resulta do Projecto de Apoio às Comunidades Rurais para o Uso de Energias Renováveis e Comercialização (PAUERC) e beneficiou 331 pessoas, sendo a maioria mulheres rurais das cooperativas Mulher Rural, Okutyuca, Passuka, Kwahatoko, Jovens do Campo e Honde.
Além disso, este sistema também abrange dois centros de transformação de produtos agrícolas, compostos, cada, por 24 painéis solares, moageira com capacidade de moer mais de 500 quilos de cereais/hora, armazém e desfareladora.
De igual modo, o projecto PAUERK “Epongoloko”, orçado em mais de 400 mil dólares, incluiu a distribuição de 50 kits de painéis solares a residências da aldeia da ex-fazenda Eliza e arredores, de modo a permitir o acesso das comunidades à energia eléctrica.
A propósito, a directora da ADRA em Benguela, Cecília Quitombe, disse que o projecto começou a ser implementado em Outubro de 2022 e foi concluído em Setembro de 2023, sendo que a sua recente inauguração demonstra o compromisso com o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais.
Cecília Quitombe destacou como objectivo contribuir para melhoria da qualidade de vida das comunidades rurais do município do Cubal, através do uso de energias renováveis e apoio à comercialização dos produtos agrícolas.
Sublinhou o facto de que, com este sistema, as cooperativas de camponeses, acompanhadas pela ADRA no Cubal, terão, pela primeira vez, uma produção diversificada num único período (tempo seco), com bons resultados na colheita.
A directora da ADRA também se mostra orgulhosa pelo facto de que mais de 50 residências familiares terem acesso à energia limpa renovável, sendo este um grande desafio no contexto da electrificação e criação de tecnologias saudáveis e justas ambientalmente.
“A energia eléctrica proveniente do sistema solar permite que os filhos destas famílias consigam revisar a matéria escolar, ouvir rádio, ou seja, promover o acesso à informação como um direito das comunidades”, referiu, considerando que estes resultados demonstram que é possível com pequenos projectos impactar e transformar vidas.
Segundo a responsável, além do aumento do nível de produtividade, as cooperativas beneficiárias do projecto diversificam mais as culturas e produzem em tempo seco, bem como, escoam sem grandes sobressaltos.