O responsável da cooperativa agrícola Onjali, Raúl Galvão, disse a OPAÍS que se avizinham boas safras para o vale do Cavaco, no que respeita à produção de banana, devido à regularidade das chuvas em Benguela. Em função desse quadro, o agricultor projecta, para o presente ano agrícola 2024, atingir 200 toneladas/mês
Raúl Galvão refere que a cooperativa de que é responsável está fortemente empenhada na cultura de bandeira do vale do Cavaco, no caso a banana. O interlocutor sustenta que as cifras de produção, nos últimos tempos, tende a crescer substancialmente, dando, igualmente, conta de um estudo visando mudar a qualidade da banana produzida, em função de compromissos para com a exportação do produto.
“E só de saber que temos o corredor do Lobito e, então, nós devemos melhorar a nossa produção da banana”, refere, realçando que o tempo chuvoso em curso constitui um factor motivador para a produção deste alimento, pois a cultura consome muita água. O agricultor acrescenta que “penso que a produção vai aumentar em 2024, porque está a chover bem. Se nós o ano passado tirámos acima das 100 toneladas, estamos agora com uma estimativa de atingirmos 200 toneladas/mês”.
Raúl Galvão sinaliza que as projecções foram feitas a pensar no mercado externo, com destaque, por exemplo, para mercados como Europa, América, sem perder de vista o gigante asiático, a China. Para a materialização de tal desiderato, o responsável da Onjali considera imperioso melhorar os campos actualmente existentes, adaptados para a espécie chama- da de cavaco. O que ocorre, por ora, é a substituição desses campos por outros de padrão recomendado internacionalmente para as regiões possíveis destinatárias do produto.
“Nós temos a banana que é aquela que é chamada cavaco, vamos ver se conseguimos meter a banana william. Essa é que eles aceitam no estrangeiro. A nossa população não adere a 100 por cento, por causa de algum sabor que é diferente da banana tradicional nossa. Mas, como o mercado exige, nós temos que fazer”, justificou. Terras aráveis A cooperativa que Raúl Galvão dirige conta com uma área de 293 hectares de terras agricultáveis e beneficiou, recentemente, de um crédito bancário, embora o responsável não se tenha referido os números de valores envolvidos.
Ele lamenta, porém, que as demais cooperativas a nível do município, na ordem das 27, não tenham, até aqui, sido beneficiadas. “Porque, no nosso município, só financiar uma cooperativa e as outras não é mesma coisa que nada. E mesmo o desenvolvimento torna-se difícil, porque tu queres inovar alguma coisa, os outros colegas não conseguem te acompanhar. Então tu acabas por cair no erro deles”, adverte o agricultor, responsável da Onjali, que controla 51 agricultores.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela