Os blocos operados pela Sonangol contribuíram significativamente para a queda das exportações com 1.107.531, ou seja, menos de 38%, passando dos mais de 2,876 para cerca de 1.769 milhões de barris
De acordo com os dados do Ministério das finanças, dos três blocos operados pela petrolífera nacional apenas o 03/05 participou das exportações nos primeiros três meses do ano. Sequencialmente, o contributo dos blocos operados pela Sonangol, no global das exportações, caiu 0,9 pontos face aos primeiros três meses do ano passado de 2,7% para 1,8%. Segundo o ministério liderado por Vera Daves, as exportações de Janeiro a Março deste ano geraram receitas de 1,360 biliões de kwanzas, inferiores aos valores arrecadados no mesmo período do ano passado, que totalizaram 2,068 biliões de kwanzas.
As exportações petrolíferas angolanas no primeiro trimestre deste ano retrocederam 6,6% face ao período homólogo, passando de mais de 103,1 para 96,8 milhões de barris, enquanto as receitas tombaram 34,2%. De acordo com dados do Ministério das Finanças, as exportações geraram receitas de cerca de 1,360 biliões de kwanzas, quando no mesmo período do ano passado totalizaram 2,068 biliões de kwanzas. Além da redução das importações, também concorreram para a queda das receitas o preço médio do barril do petróleo que passou de 86,17 para 79,31 dólares.
Bloco 17 entrega menos de USD 230 milhões
O bloco mais produtivo de Angola (bloco 17) contribuiu para queda ao exportar 32.523.411 barris, menos 870.558. Trata-se de ,2,6% face aos 33.393.969 ex- portados entre Janeiro e Março do ano passado. O recuo nas exportações do bloco levou também a uma quebra de 36,8% da sua contribuição em termos de receitas. Depois de entregarem no ano passado ao Estado 624,4 mil milhões kzs, desta vez foram apenas 394,1 mil milhões de kwanzas. Já o bloco 32, que foi o segundo mais produtivo no primeiro trimestre do ano passado com 24.026.957 de barris exportados, participou da queda das exportações no primeiro trimestre deste ano com um recuo de 7,5% a enviar para o exterior 12. 964. 541 Barris. No período, o Estado recebeu também em termos homólogos menos 12,9% da receita a que tem direito pela concessão, passando de 1, 150 para 1,001 biliões de kwanzas.
Menos receitas fiscais em 2023
Em reação, o economista Marlino Sambongue disse que o principal importador do nosso petroleo fez uma ligeira redução nas encomendas de petróleo por conta do abrandamento económico e isso representa para o Executivo, em primeiro lugar, uma menor receita petrolífera. Por outro lado, sublinhou, esta queda também representa um abrandamento na velocidade de execução da despesa pública pelos projectos, quer de investimentos, como de apoio ao desenvolvimento, como a construção de escolas, hospitais e estradas ou programas do Executivo cuja execução terá ter algum abrandamento.
O economista ressalta que is- to significa que o prazo de execução de alguns projectos terão de ser dilatados no tempo e a conclusão destes projectos também. Entretanto, há uma grande necessidade de continuar a diversificar as exportações e reforçar a receita não petrolífera que continua a ser fundamental para reduzir essa vulnerabilidade externa. O também economista Carlos Lumbo considera que as receitas financeiras da venda de qual- quer produto dependem sempre da quantidade e do preço unitário.
Entretanto, no sector petrolífero de Angola, há uma longa tendência de queda na quantidade de petróleo logo depois do máximo atingido, em 2008, de 1.900.000 barris por dia. “Quanto ao preço do petróleo Brent em 2023, este tem estado a estabilizar-se em cerca de 81 USD, consideravelmente abaixo do nível médio do ano passado. Sendo assim, Angola está a caminho de ter menos receitas fiscais em 2023 do que em 2022”, sustentou.
POR: Francisca Parente