Em exclusivo a OPAÍS, Luís Gata considerou que a carne nacional está a perder terreno no mercado. Neste momento, só na província da Huíla, mais de cinco mil cabeças aguardam por abate
A Associação de Criadores de Gado do Sul de Angola (ACGSA) está preocupada com a concorrência desleal que se verifica, nos últimos dias, no mercado de carne no Sul do país. Esta preocupação foi manifestada pelo presidente da referida agremiação empresarial, Luís Gata, pelo facto de os consumidores estarem a privilegiar mais os produtos importados em detrimento da produção nacional. Segundo disse Luís Gata, este facto está a fazer com que grande parte dos criadores de gado do Sul de Angola não desenvolvam a sua actividade de forma cabal.
“A carne de produção nacional não tem sido escoada para as grandes superfícies comerciais do país e da província, em particular, constituindo uma grande anarquia no exercício da actividade económica do país”, considerou.
O responsável fez saber ainda que “estamos muito preocupados com uma concorrência que, no nosso entender, é completamente desleal, uma vez que estão a ser alocados grandes montantes de divisas do nosso país para importar carne para os hipermercados e grandes armazenistas”, lamentou.
Em função da situação, con-sidera que a produção nacional não é escoada e nem sequer consegue combater os preços dessa carne que possivelmente é comprada com divisas e, eventualmente, isenta de taxas de importação.
Por outro lado, Luís Gata revelou que a nível dos Associados da Cooperativa de Criadores de Gado do Sul de Angola, na província da Huíla, existem mais de cinco mil cabeças por abater.
“Não abatemos milhares de cabeçadas de gado, a nível da Huíla, porque o mercado não está apetecível e não compensa o custo do animal”, disse. Para o empresário, fazendo atenção aos desafios do Executivo, que consiste na diversificação económica, chegou o momento de se prestar mais atenção à produção de carne nacional.
“O sector é de extrema importância. Cada fêmea bovino parideira representa USD 1500 anualmente. É nossa intenção contribuir cada vez mais no processo de exportação, pois o país tem a possibilidade de produzir a chamada carne ecológica que já é muito procurada na Europa. Este é mais um motivo para a nossa actividade ser devidamente apoiada”, afirmou.