A administradora municipal, Deolinda Belvina Gonçalves, disse que em termos concretos, Cunje 1 representa o “grande salto” que se esperava para reacender o sector da indústria, um factor decisivo para o município.
Orçado em 16 milhões de euros (um euro vale cerca de 900 kwanzas), o novo empreendimento já funciona em regime experimental, beneficiando, numa primeira fase, mil e 500 consumidores, dos sete mil previstos.
Uma vez atingida a sua capacidade total de 4,3 megawatts, a infra-estrutura bastará para satisfazer as necessidades não só dos habitantes de Camacupa, como também dos seus vizinhos de Catabola. Deolinda Gonçalves precisou que se trata de uma obra de reconstrução no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), num projecto do Executivo sobre a electrificação dos municípios do Bié.
“A entrada em funcionamento em regime experimental da Hidroeléctrica do Cunje 1, depois de reabilitada e ampliada, permitiu o aumento da capacidade de produção de energia nessa circunscrição, dos actuais 1,3 para 1,8 megawatts”, explicou. A responsável referiu que a infra-estrutura terá uma capacidade total de 4,3 megawatts, suficientes para acabar, paulatinamente, com uma das maiores dores-de-cabeça dos munícipes, e uma boa parte do vizinho município de Catabola.
“Esta empreitada foi reconstruída no âmbito PIIM, que se enquadrou num projecto do Executivo sobre electrificação dos municípios da província do Bié, que visou fazer chegar a energia eléctrica aos munícipes, e posso dizer aqui que a população de Camacupa foi feliz”, salientou
Bié destaca-se na produção em grande escala de arroz, feijão, soja e o amendoim
O Bié é conhecida como o celeiro em termos agrícolas, por esse motivo foi detentor do título da última edição da feira provincial da Batata e do Milho, realizado em 2023, na cidade do Cuito. Camacupa, com solos férteis e uma rica fauna e flora, não tem como perder esse galardão a nível da província do Bié.
Além das duas grandes indústrias (fazendas Arrozal e das FAA), a agricultura familiar é responsável por 90 por cento da comida que chega às nossas mesas. Por outro lado, regista-se uma grande revolução agrícola, associada à aposta do Executivo de diversificação da economia, um apelo que esta população entendeu e acolheu com satisfação. “Temos resultados satisfatórios nisso.
As ajudas técnicas também têm estado a acontecer nas famílias para novas técnicas de cultivo e a introdução de novas culturas”, sublinhou. Para a presente campanha agrícola, a nível do município, foram preparados 200 hectares, com a previsão de colheita de duas toneladas por hectare, perfazendo, assim, 400 toneladas de diferentes produtos só nesta primeira época.
Cultiva-se ainda, em grande escala, o arroz, o feijão, a soja e o amendoim. Actualmente, o município dispõe de 254 escolas de campo, sete cooperativas devidamente legalizadas e produtores individuais, cuja produção é digna de realce, atingindo mesmo os níveis de produção até 60 hectares, que estão com uma previsão de colher mais de 50 toneladas só de milho