Em comunicado enviado à redacção do OPAÍS, a empresa de produção de cimento, situada nas proximidades do Porto do Lobito, em Benguela, aponta o facto de se estar a viver altos níveis de inflação, nos últimos anos, em Angola, como factor dos despedimentos.
Para a Cimenfort situações como a desvalorização do kwanza, falta de divisas, aumento do preço da matéria prima, bem como o aumento do preço do gasóleo concorreram para a justificação dos 50 mil postos de trabalho encerrados.
“A empresa lamenta o ocorrido e cita diversos factores para se tomar esta decisão, incluindo a desvalorização do kwanza, falta de divisas e inflação de materiais básicos relacionados à produção, principalmente o aumento do preço do gasóleo”, descreve a nota.
Conforme a direcção da empresa, a situação é lamentável, atendendo o ambiente económico desafiador que se vive no país, tendo em conta a constante desvalorização do Kwanza, acompanhado com a falta de divisas que se vem arrastando desde 2023, causando a subida dos custos operacionais de produção.
“A fim de manter a operação, produção e distribuição do nosso cimento viável no sul do país, infelizmente tivemos que cortar quase 25% da nossa força de trabalho. Vale ressaltar que a maior parte dos nossos custos operacionais (manutenção de equipamentos, matéria-prima, peças de reposição) são todos comprados em dólares, diferente do preço praticado para a venda de cimento em kwanza, facto que agrava ainda mais a nossa habilidade de gerar rentabilidade a curto prazo”, lamentou.
A Cimenfort é a empresa responsável pela fabricação do cimento Bué e Kanawa, em Angola, opera no município de Catumbela, em Benguela, com uma unidade fabril capaz produzir 1.4 milhão de toneladas por ano, destacandose como uma das maiores empregadoras privadas dessa região. Até a data da decisão destes despedimentos, segundo dados divulgados, a Cimenfort gerou 225 empregos directos e 500 empregos indirectos.