O lançamento da primeira pedra da linha de produção de cimento e clinker ocorreu recentemente, numa cerimónia a que acorreram o ministro do Comércio e Indústria, Rui Miguéis, e o governador de Benguela, Nunes Júnior.
Numa primeira fase, conforme projectada, produzir-se-ão apenas 3.500 toneladas, mas prevê-se, na segunda, a instalação de mais duas linhas de produção, com mais de 10 mil toneladas para cada uma.
“Nós prevemos cerca de mil milhões de dólares norte-americanos neste projecto, na primeira e segunda fase. Após a conclusão total do projecto, a capacidade de produção vai chegar a um milhão e meio de toneladas”, projecta o PCA da empresa promotora, Zhang Jimin, ao prever, em função da capacidade produtiva, receitas anuais cifradas acima dos 400 milhões de dólares, prevendo-se, desta feita, que os lucros e impostos sejam de 80 milhões de dólares.
Zhang Jimin diz que, para além de satisfazer a demanda de clinker e cimento no mercado nacional, se prevê, igualmente, a exportação de grande parte da produção para países como o Ghana, Nigéria, Namíbia e não só, na perspectiva de se evitar gastos de divisas na importação.
“Ao mesmo tempo que vamos ter receitas de exportação de divisas para voltar a Angola. Resolver e criar mais postos de trabalho, que não vão ser menos de 2 mil”, garante o promotor, que projecta para 2026 a conclusão da obra.
O ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguéis, louva a iniciativa da construção do empreendimento, de iniciativa de investidores chineses, realçando que o projecto é, igualmente, circunscrito no âmbito das celebrações dos 50 anos da independência nacional.
Em virtude disso, o governante tem na iniciativa uma «chama da esperança» para todos os angolanos, particularizando os residentes na província de Benguela.
O ministro não tem dúvidas de que, com o empreendimento, o país se vai superar no que concerne à produção industrial, isto na perspectiva de alcançar outros patamares de desenvolvimento socioeconómico.
Destaca, nesta perspectiva, o facto de o projecto, cuja primeira pedra está lançada, ser de iniciativa privada, o que, na óptica do titular do sector da Indústria, reafirma a confiança que os investidores, entre nacionais e estrangeiros, têm nas políticas que o Governo vem desenvolvendo, visando à industrialização do país, a fim de que se melhorem as condições de vida da população.
“Não menos importante, quero também destacar que este projecto é realizado por investidores angolanos e chineses e, portanto, é um marco necessário para celebrarmos as excelentes relações bilaterais que unem os governos e os povos da República Popular da China e da República de Angola”, sinaliza o governante.
Na componente institucional, o ministro do Comércio e Indústria reafirmou o compromisso do Governo de continuar a trabalhar afincadamente, de modo que seja possível a implementação de outros projectos de natureza industrial e económica, quer na província de Benguela, quer no resto do país, ao sublinhar que Angola é um país aberto para trabalhar com todos os parceiros internacionais.
“Estamos abertos para todos os países do mundo e, portanto, dizer que o nosso país está em condições de receber investimentos privados nacional e internacional. Estamos aberto para os negócios e são todos muito bem-vindos”, desejou.
Por sua vez, o governador de Benguela, Nunes Júnior, afirmou que a implantação dessa fábrica e de outras sugere, objectivamente, que a província está a dar passos para a retomada do papel que sempre teve na estrutura da produção nacional industrial de Angola.
A aliança estratégica entre o sector privado e o Estado – disse o governante – afigura-se como que fundamental para que o país consiga alcançar os objectivos no que se refere à diversificação da economia.
“Este é o terceiro investimento na província no domínio do investimento do cimento, depois do investimento da SECIL e da fábrica de cimento da CIMENT FORT”, resume.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela