Em declarações à imprensa, num encontro ocorrido ontem, em Luanda, com a Vice-Presidente do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAfD), Marie Laure Olugbade, o ministro do Planeamento de Angola, Víctor Hugo Guilherme, precisou que dos 1,5 mil milhões de dólares que se prevê financiar, até a presente data, Angola beneficiou de um desembolso de quase 400 milhões de dólares.
Para o dirigente, estes valores disponibilizados pelo Banco Africano estão abaixo daquilo que são as metas inicialmente definidas pelo governo angolano, mas que serão analisadas dentro dos dias da visita de trabalho da governante do BAfD.
“Da análise que nós fizemos, é um desembolso muito inferior em relação ao que se esperava, é uma das questões que nós analisaremos com o banco, no sentido ver uma forma de como ultrapassar alguns constrangimentos, que levam a carteira de financiamento a processar lentamente”, disse.
O ministro ressalta que tais constrangimentos estão identificados, mas, no âmbito dos impactos dos projectos financiados, sobretudo para os sectores da energia, água e agricultura, os resultados são positivos, uma vez que resultaram na empregabilidade em Angola.
Para a referida carteira de financiamento, foram apresentados um total de 11 projectos e 14 operações, enquadrados dentro das prioridades do Executivo, no plano de desenvolvimento 2023/2027, que tem como duas grandes prioridades a segurança alimentar, bem como o reforço da capacidade, para que as pessoas envolvidas estejam habilitadas para o contributo do aumento da capacidade de produção, criando rendimentos a partir de toda uma cadeia alimentar, gerando empregos necessários à vida.
O ministro Víctor Hugo Guilherme referiu que o custo destas operações envolve vários outros sectores, como transportes, energia, água, mas com o maior impacto para produção agrícola.
Objectivos do BAfD em Angola
Já a vice-Presidente do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAfD), Marie Laure Olugbade, explicou que as motivações que levam a sua instituição a financiar Angola resultam de algumas propostas de projectos apresentados pelo Governo angolano, em reuniões passadas.
“Olhando para as vantagens comparativas, teremos condições de financiar todos projectos. O que esteve na base da aprovação da estratégia é o facto apresentar uma multiplicidade de partes interessadas, das intervenções que deram a conhecer sobre as principais prioridades”, avançou.
A dirigente afirma que, a presença do seu banco em Angola acontece com o objectivo reavaliar os aspectos para a implementação dos projectos aprovados, a fim de se criar uma linha de empregos decentes para os jovens, principalmente para área agrícola.
“É nestas prioridades que se assentam a estratégia do banco, que são as mesmas apresentadas pelo governo angolano.
Nesta quinta-feira, iremos apresentar uma estratégia aprovada pelo conselho central”, avançou. O Banco Africano, segundo Marie Olugbade, decidiu focar em dois sectores principais, o da agricultura, assim como o desenvolvimento das infra-estruturas, com atenção para os transportes e energia, considerados pelo banco grandes factores para o desenvolvimento e a diversificação da economia.
Por: Adelino Kamongua