O grupo carrinho, empresa que tinha a responsabilidade da gestão da Reserva Estratégica Alimentar (REA), garantiu recentemente na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, ter conseguido travar a importação do milho, que constitui a matéria-prima para a produção de alimentos de muitas famílias angolanas
A informação foi avançada pelo director de Comunicação e Marketing do grupo Carrinho, Yuri Rodrigues, tendo adiantado que o milho adquirido directamente dos produtores de seis províncias do país são animadores. De acordo com o responsável, nos últimos seis meses deste ano já foram adquiridas directamente dos agricultores 6 mil e 700 toneladas de arroz, 7 mil toneladas de soja, duas toneladas de trigo, 6 mil de feijão e 700 toneladas de algodão.
Para o efeito, segundo disse Yuri Rodrigues, estão envolvidas mais de 60 mil famílias que se dedicam à agricultura familiar nas seis províncias em que o referido grupo opera, nomeadamente Malanje, Benguela, Cuanza Sul, Huambo, Bié e Huíla. Só de milho, o grupo adquiriu um total de 174 mil toneladas. “Em Angola, nós conseguimos parar a importação de milho para a nossa indústria. Com isso, nós fizemos com que a nossa fuba de milho amarelo e branco seja produzida localmente”, sublinhou, acrescentando que estão agora a trabalhar com o feijão para também diminuir a importação.
O mesmo, acrescentou, acontece com a soja e o arroz, cuja intenção da empresa é atingir a autossuficiência até 2025. Para isso, Yuri Rodrigues disse que estão a trabalhar com 60 mil famílias das seis pro- víncias já citadas, sendo que a meta é atingir 150 mil agregados dentro de três anos.
António Kambinda, de 35 anos de idade, é agricultor na localidade do Linhemo, comuna do Ngalangue no município do Kuvango, disse ao jornal OPAÍS que com a presença do Grupo Carrinho no seu município, o milho ficou mais valorizado. “Nós antes vendíamos o milho a um preço de 50 kwanzas por cada quilo. Muitas vezes vinham pessoas de Benguela e Huambo comprar o nosso milho a um preço que não era justo, tendo em conta os custos de produção”, explicou o agricultor.
Acrescentou que a Carrinho está a comprar ao preço de 130 kwanzas, o que apesar de não satisfazer, chega a estar mais próximo da justiça em termos de custo e benefício. Por seu lado, o jovem António Tchicomo, estivador de 25 anos, disse que por dia consegue levar para a sua casa cerca de 3 mil kwanzas, fruto do trabalho que desenvolve no terminal de descarga e carga no mercado do Mutundo, arredores da cidade do Lubango.
“Eu trabalho aqui e a permanência depende da Saúde de cada um. Por exemplo, eu por dia faço 3 mil kwanzas, o que dá para satisfazer as necessidades da minha família. Sei que dentro de pouco tempo vamos ficar sem trabalho, porque esta empresa tem um período deter- minado, mas está a ser bom trabalhar aqui”, revelou.