O Fundo de Garantia de Crédito (FGC) chegou aos 148.358.097 (cento e quarenta e oito milhões e trezentos e cinquenta e oito mil e noventa e sete kwanzas) em 2023, um aumento de 63% em comparação ao ano anterior. O valor de mais de 148 milhões é o maior dos últimos quatro anos, conforme o Relatório de Gestão e Contas, divulgado ontem pelo FGC, o que evidencia uma evolução favorável no resultado líquido e do aumento do activo.
Indo ao detalhe, em 2020 o capital próprio do Fundo chegou aos mais de 75 milhões de Kwanzas, valor que subiu para 84 milhões em 2021 e 91 milhões em 2022. Esta evolução também levou a um aumento de 21,76 pontos percentuais na rentabilidade dos capitais próprios, que passou de -15,67% em 2022 para 6,13% em 2023.
O Fundo de Garantia de Crédito (FGC) registou um resultado líquido positivo de 6.458.029 (seis milhões, quatrocentos e cinquenta e oito mil e vinte e nove kwanzas) em 2023, o que, segundo a instituição, evidencia uma tendência de recuperação e solidez financeira. Conforme o Relatório de Gestão e Contas, o resultado líquido positivo é um marco importante para a instituição, que vem buscando estabilizar as suas operações e ampliar o seu impacto no apoio a Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPME’s) em Angola.
O documento aponta que a margem financeira do Fundo atingiu mais de 25 milhões de kwanzas, reflectindo um aumento em relação ao período anterior, impulsionado pelo crescimento nos juros de aplicações de liquidez e obrigações do tesouro, além da redução de perdas cambiais junto aos bancos comerciais.
O aumento na margem financeira representou um crescimento de 23.539.956 milhões de kwanzas em comparação ao período anterior. Relativamente aos custos administrativos e de comercialização do FGC no ano passado, estes totalizaram 8.669.358 de kwanzas, representando um aumento de cerca de 53% em relação ao ano anterior. Parte desses custos, aponta o relatório, está relacionado a despesas com pessoal, fornecimentos de terceiros e impostos, com o rácio cost-to-income atingindo 2,99%, uma redução significativa de 5,8 pontos percentuais em relação ao índice de 8,76% do final de 2022.
Património
No que diz respeito à situação patrimonial do Fundo, houve um aumento de 38% no activo líquido e de apenas 2% no passivo, em comparação a Dezembro de 2022. Já as responsabilidades extrapatrimoniais mantiveram-se relativamente estáveis, com garantias prestadas totalizando 167.492.393 de kwanzas, sem alterações materiais em relação ao período anterior.
No que toca ao passivo, um dos principais aumentos ocorreu na rubrica de “Provisões para Encargos Fiscais a Pagar-Diferido”, decorrente de variações cambiais das aplicações de liquidez realizadas em 2022. Em relação aos compromissos assumidos pelo Fundo em 2023, houve uma redução de 2.272.860 de kwanzas em relação a 2022, totalizando 63.289.195 Kwanzas. No mesmo período, foram emitidas 216 garantias públicas, totalizando 184.154.968 kwanzas, viabilizando financiamentos no montante de 298.471.157 milhões de kwanzas.
Angola Investe com maior número de garantias
Na distribuição de garantias por programas, o PAl (Programa Angola Investe) foi o que apresentou o maior número de garantias públicas emitidas, com um total de 474, e o GAP (Garantias de Apoio à População) apresentou um montante acumulado de garantias emitidas mais elevado, com um total de 377.682.829 kwanzas.
Entre as garantias emitidas por província, Luanda lidera com 388 emissões, seguida por Benguela, Cuanza-Sul e Huíla. O relatório também destaca que Luanda tem a maior participação, com 78.816.077 de kwanzas em garantias emitidas, representando 43% do total.