Os membros eleitos da Câmara tomam posse hoje, em Luanda, numa cerimónia em que são aguardados empresários dos dois países e diplomatas
os corpos gerentes da Câmara de Comércio Angola Brasil tomam posse com foco na dinamização dos negócios. Para presidir a entidade, foi eleito o empresário brasileiro Raimundo Lima, que também já preside a Associação dos Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (Aebran).
“A Câmara de Comércio Angola-Brasil (CCAB) é fruto de um esforço conjunto de empresários angolanos e brasileiros aqui estabelecidos, com o firme propósito de promover e fomentar o relacionamento entre empresas e instituições públicas de ambos os países”, disse.
A CCAB visa, sobretudo, a intensificação das relações comerciais bilaterais, o aumento dos investimentos e o desenvolvimento econômico e social dos dois países. Nesse sentido, a câmara deve preocupar-se principalmente com parcerias estratégicas, advocacia, eventos temáticos, visitas comerciais, capacitação e mentoria, feiras e exposições, entre outros temas, segundo Raimundo Lima.
Indústria, comércio, piscicultura, agropecuária, mineração, turismo, tecnologia, cultura e de prestação de serviços, entre Brasil e Angola, são as prioridades. Crente num bom ambiente de negócio e no fomento das trocas comerciais, Raimundo Lima diz que estão empenhados nesse sentido. “Com relação ao proposto Acordo para Evitar Dupla Tributação, entendemos que a sua inexistência no plano bilateral acarreta considerável ônus financeiro às empresas e aos empresários brasileiros sediados em Angola”, explicou o empresário.
Quanto à celebração de um acordo de Sistema de Pagamentos em Moeda Local, o mesmo permitiria empresas angolanas importar bens provenientes do Brasil (e vice-versa) sem fazer uso de uma terceira moeda de transação (normalmente dólar ou eu- ro, hoje divisas escassas na praça financeira angolana). Acredita que esse mecanismo seria o melhor meio para resolver de imediato as dificuldades de liquidação das importações, o que também aliviaria a pressão sobre a balança de pagamentos e, consequentemente, sobre as reservas internacionais.
“Sabemos que os ministérios das Finanças e bancos centrais de ambos os países já possuem experiência no assunto, havendo estabelecido mecanismos dessa natureza com outros países”, disse. Quanto à isenção de vistos para cidadãos brasileiros que queiram vir para Angola, considera uma medida positiva. Refere que a principal medida permite que cidadãos de 98 países, incluindo o Brasil, deixam de precisar de visto de turismo para entrar em Angola.
Angola juntou-se à crescente lista de países em África que permitem a entrada sem visto. Dessa forma, diz o empresário, o visto de Turista de Angola para os cidadãos do Brasil pode ser solicitado online, sem a necessidade de comparecer em embaixadas ou consulados. Recebe-se uma pré-autorização de entrada para viajar via e-mail e o visto final é concedido na chegada.