O município de, Caluquembe, na província da Huíla, está apostado na produção de café em grande escala, com vista a contribuir para o processo de redução da excessiva dependência do Produto interno Bruto (PIB) nacional do petróleo em função da volatilidade do seu preço no mercado internacional.
POR:João Katombela, na Huíla
A garantia foi dada durante uma entrevista concedida em exclusivo a OPAÍS pelo
administrador municipal, José Arão Natanael Tchissonde, realçando que já foram plantados na localidade mais de 10 hectares de café. O responsável disse que, em função das suas condições climáticas, o seu município pode igualar outras localidades do país no cultivo do bago vermelho, visando a diversificação da economia nacional.
“Nesta altura, estamos apostados na cultura de variedade de espécies que têm maior valor comercial. Outrossim, é que o café era noutrora produzido apenas no norte do país, mas hoje podemos encontrar no município de Caluquembe várias subvariedades do café caturra, que é um café que tem um valor comercial muito
alto”, revelou.
Por outro lado, José Arão Natanael Tchissonde informou também que a aposta na produção do café em grande escala é vista como uma das muitas soluções para buscar divisas. “O café, se for produzido em grande escala, pode ser uma das soluções para arrecadar, por via da sua exportação, mais divisas para o país e alavancar a nossa economia” adiantou. Para se aprimorar as técnicas de cultivo de café, segundo disse, o Instituto Nacional do Café colocou no município alguns técnicos para apoiar os agricultores locais.
Os técnicos estão engajados na reprodução da planta que produz o café da variedade caturra, com vista a abastecer o resto do país. “Estamos neste momento a reproduzir mudas para abastecer outras paragens do país. Já temos nos nossos viveiros mais de 10 mil mudas para serem entregues, isto além de termos em todos os viveiros do município cerca de 45 mil mudas.
É um trabalho sazonal que pode ser feito em qualquer época do ano”, explicou. O Instituto Nacional do Café, acrescentou, colocou seis técnicos que funcionam entre os municípios de Cubal e Ganda, na província de Benguela, e Caluquembe, na Huíla, e estão a trabalhar na introdução de novas técnicas para o melhoramento das plantas. O café não é o único produto do campo que está a ser cultivado no
município de Caluquembe. O administrador destaca também para a presente época agrícola a produção de ananás, banana e manga.
Caluquembe abastece restaurantes locais de feijão-preto
Os cereais como o milho, o massango, a massambala e o feijão são ainda outros produtos cultivados no município que dista a 179 quilómetros da cidade do Lubango. Esta cultura garante a sustentabilidade dos 239.036 habitantes. Entre os cereais, destaca-se o feijão-preto, que segundo o administrador municipal de Caluquembe é abastecido às grandes superfícies hoteleiras da cidade.
“A variedade do feijão-preto, o chumbo, tem também um valor comercial muito alto. Nesta altura, estamos a produzir o feijão-preto para abastecer as grandes superfícies hoteleiras, porque os grandes restaurantes consomem muito o feijão produzido em Caluquembe”, revelou.
José Arão Natanael Tchisonde informou que, para se evitar a perda do excedente do milho, foram instaladas na municipalidade duas indústrias moageiras, com uma capacidade de produção diária de seis toneladas de farinha-de- milho.