Uma central Eléctrica Fotovoltáica, avaliada em cerca de USD 100 milhões, com capacidade para produzir 90 MW (mega watts) vai ser instalada, proximamente, em Cabinda, para suprir o fraco abastecimento de energia eléctrica e satisfazer a demanda dos consumidores
O anúncio da construção do projecto foi feito, à imprensa, pelo ministro de Energia e Águas, João Baptista Borges, no fim de uma visita de trabalho, que efectuou, na Sexta-feira, em Cabinda, para avaliar os projectos do sector que estão a ser implementados na província.
O objectivo do projecto, segundo o governante, é o de reforçar a capacidade de produção de modo a eliminar o défice que se regista no fornecimento, bem como melhorar a qualidade do serviço de distribuição de energia eléctrica na província. Sem adiantar o período de execução das obras, o ministro de Energia e Águas assegurou que os trabalhos preliminares do futuro parque fotovoltáico de Cabinda já começaram, e os 90 MW de capacidade instalada, 25 MW dos quais serão de armazenamento, o que vai permitir reduzir a quantidade de consumo de combustível actuamente “Assim, durante o dia teremos grande parte da cidade a ser atendida pela central fotovoltáica (energia solar), enquanto à noite vamos ter cerca de 25 MW, permitindo que tenhamos mais horas de fornecimento do sistema na totalidade com menos custos”, frisou.
A Central Térmica de Malembo, principal fonte de produção e distribuição de energia eléctrica à província, possui uma potência instalada de 145 MW, constituída por cinco turbinas, sendo duas de 35 MW e três de 25 MW. Actualmente, a capacidade de produção está reduzida devido à paralisação de algumas unidades o que tem provocado cortes constantes, sobretudo no período nocturno, no fornecimento de energia eléctrica aos consumidores.
Para suprir o défice no fornecimento de energia eléctrica à população, João Baptista Borges assegurou que, neste momento, está a ser feito um trabalho na Central Térmica de Malembo que visa superar as dificuldades provocadas pela paralisação de uma das unidades de produção. “O que vai ser feito agora visa reduzir os constrangimentos que temos estado a registar que serão, basicamente, o elevado número de horas que as máquinas têm sem manutenção”, justificou o ministro.
Deficiente fornecimento de combustíveis a central de Malembo
De acordo com João Baptista Borges, o fornecimento deficiente de combustíveis (gasóleo e gás) à central de Malembo tem constrangido bastante a capacidade de produção de energia eléctrica, limitando, sobremaneira, a sua distribuição. “Vamos trabalhar com o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás para que o fornecimento de combustível seja permanente.
O que perspectivamos é que em Outubro tenhamos o máximo da capacidade disponível para atender a necessidades de Cabinda.” Na perspectiva de Cabinda abastecer-se de energia eléctrica a partir do Ciclo Combinado do Soyo, o ministro João Baptista Borges garantiu que o projecto será concretizado, estando, nesse momento, numa fase de concurso público para se apurar a empresa que vai instalar o cabo submarino dentro de dois anos.
“Queremos ver esse projecto realizado. É ambicioso e caro mas os benefícios que vai trazer para Cabinda são grandes, na medida em que vamos poder dispor de uma capa- cidade energética significativa sem consumo de combustível, assegurando o crescimento que se perspectiva para Cabinda com os empreendimentos que estão a ser criados.”
Em Cabinda, o ministro João Baptista Borges, acompanhado pela governadora de Cabinda, Mara Quiosa, visitou, além da Central Térmica de Malembo, as centrais diesel de Chibodo e de Santa Catarina, o projecto de construção de 2.100 casas da centralidade de Tali-Sumbi, aonde serão transferidas as populações que vivem em áreas de risco no moro de Tchizo, bem com projecto s ligados ao sector das águas.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda