O Governo da província de Cabinda aposta no relançamento, em grande escala, das culturas de café, cacau e palmar, tendo para o efeito já sido preparados 5 mil hectares, onde serão desenvolvidas as referidas culturas
POR: Patrícia de Oliveira
Nos próximos dois anos, a província de Cabinda vai produzir um milhão e 500 mil mudas, repartidas entre as culturas de cacau, café e palmar. De acordo com o chefe de Departamento do Instituto de Café em Cabinda, Alector Araújo, o projecto de retomada daquelas culturas teve início no ano passado e constitui uma orientação do Ministério da Agricultura. “Fizemos um censo dos camponeses interessados em produzir café, cacau e palmar, tendo em conta que no passado essas culturas eram praticadas em Cabinda”, frisou. Segundo o responsável, após o censo foram identificadas áreas propícias para o cultivo do cacau, nos municípios de Buco Zau e na floresta do Maiombe. Disse ainda que está a ser construído um viveiro para a produção de plantas do cacau. Avançou que, desde Fevereiro de 2017 a Setembro do mesmo ano, foram produzidos 170 mil pés de cacau. A produção tem sido distribuída aos camponeses dos municípios de Buco-Zau, Belize, Cacongo e Cabinda.
Por sua vez, para a produção de café foi feito, igualmente, um censo e selecção de plantas, assim como um campo de sementes do Instituto Nacional de Café (INCA), no município de Buco-Zau, foi reabilitado com mais de 50 mil plantas de café robusta. “Neste momento, temos um viveiro de 80 mil plantas de café para serem distribuídas a partir do mês de Outubro”, revelou. Na época de colheitas do ano em curso, também serão preparadas sementes para produzir mais 500 mil mudas de café. A colheita começa em Maio. A meta para os próximos anos passa por produzir 500 mil mudas de café, 500 mil mudas de cacau e 500 mil mudas de palmar. A nível local, estão preparadas quatro cooperativas distribuídas, uma por cada município. Questionado sobre o incentivo aos produtores, referiu que consiste na distribuição das mudas e assistência técnica. Por outro lado, o departamento aguarda pelo financiamento do Banco Áfricano de Desenvolvimento (BAD) para financiar os camponeses.
“Nesta fase inicial, as plantas são distribuídas sem custos para os beneficiados. O grande entrave destas culturas tem sido a falta de financiamento”, salientou. E acrescentou que, visando um melhor resultado, os técnicos do café vão orientar o cultivo da referida cultura. O programa tem 250 agricultores cadastrados e trabalha com 62 aldeias. O director do gabinete do INCA em Cabinda, salientou que para financiar o projecto durante 12 meses, são necessários Kz 160 milhões. O Governo aprovou um decreto presidencial 90/16 em que estão delineadas as linhas mestras para a saída da crise, considerando que o café e o cacau são culturas que podem gerar divisas para o país e o café, e por outro lado, o país importa óleo de palma, que se for produzido localmente, as divisas não saem do país. O bago vermelho está cotado nos mercados internacionais a USD 120.92 o saco de 50 kg, estando o cacau a USD 2322 por tonelada.