Doutorado em Turismo, Lazer e Cultura pela Universidade de Coimbra, em Portugal, Bumba Manuel de Castro mostra-se conhecedor da realidade turística do país. Diz que sem a criação de infraestruturas básicas o sector não vai desenvolver-se e aponta o dedo à falta de materialização do Plano Director 2011-2020, que visava também a infraestruturação dos Pólos de Desenvolvimento Turísticos. Mais detalhes na conversa que se segue
Como é que o país está em termos de turismo?
Está mal. Às vezes não gosto de muitos rodeios nas questões. Se olharmos para aquilo que é o turismo no seu conceito e a sua operacionalização, podemos dizer que Angola praticamente não tem turismo. Existem práticas turísticas mais ou menos consistentes e isoladas, mas o turismo como indústria de atracção e do acolhimento isso não temos.
O que deve ser feito?
Muita coisa, mas com passos pequenos, tendo em conta também a situação do próprio país que tem muitas dificuldades e muitas prioridades, porque é necessário perceber que o turismo não é um bem de primeira necessidade, ou seja, as pessoas primeiro tendem a satisfazer as suas necessidades imediatas. Se olharmos para o nosso país, a sua estrutura social, a maioria das pessoas são pobres, muitas mesmo em extrema pobreza, quase miseráveis, e nessas condições é muito difícil pensar em turo que deve ser feito? Muita coisa, mas com passos pequenos, tendo em conta também a situação do próprio país que tem muitas dificuldades e muitas prioridades, porque é necessário perceber que o turismo não é um bem de primeira necessidade, ou seja, as pessoas primeiro tendem a satisfazer as suas necessidades imediatas. Se olharmos para o nosso país, a sua estrutura social, a maioria das pessoas são pobres, muitas mesmo em extrema pobreza, quase miseráveis, e nessas condições é muito difícil pensar em turismo de formaismo de forma-macro e abrangente. Por isso, digo que há muita coisa por se fazer, mas marcando um passo de cada vez.
Mas o turismo pode contribuir para o surgimento dos bens de primeira necessidade?
Pode perfeitamente. Por isso é que os passos a serem dados não podem ser maiores que a perna, como se diz na gíria. Mas em determina- do momento há situações básicas e imediatas que têm que serem feitas para que o turismo apareça. E aqui falamos de condições como a água, energia, vias de comunicações, ou seja, infraestruturas de um modo geral.