O embaixador do Brasil em Angola, Rafael Vidal, revelou, ontem, em Luanda, que o seu país tem em carteira vários projectos para ajudar o nosso país no seu desenvolvimento económico e social, com destaque para a construção do Vale do Cunene, através da criação de um mecanismo de financiamento para o desenvolvimento económico integrado da região
O diplomata brasileiro prestou essa informação durante a audiência que lhe foi concedida pelo ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, segundo a Angop. As duas entidades convergiram na necessidade da criação da Câmara de Comércio Angola/Brasil para que, através do envolvimento do sector privado de ambos os lados, haja a promoção de acções que facilitem o diálogo com as instituições do Estado, tendo em vista a atracção de investimentos, bem como o estabelecimento de parcerias mutuamente vantajosas.
Durante o encontro, ficou a garantia de que Angola e Brasil vão reforçar as relações de cooperação bilateral, com as atenções voltadas para os sectores do agro-negócio, agricultura, agro-indústria, comércio, pesca e indústria criativa. O ministro Victor Fernandes disse que Angola quer explorar, na plenitude, todo o conhecimento e experiência que o Brasil possui, principalmente em áreas necessárias para a diversificação da economia. Por outro lado, apelou à advocacia da delegação brasileira para fazer com que mais empresários brasileiros olhem Angola como um país seguro para o seu investimento.
O ministro sublinhou que o grande objectivo estratégico do Governo angolano, para o desenvolvimento sustentável da economia nacional, passa, essencialmente, pela autosuficiência alimentar, através do reforço da base produtiva interna, com a agro-indústria voltada à agricultura. Angola exporta para o mercado brasileiro produtos como a nafta para a indústria petroquímica, granitos, minerais, madeira, algodão, cimento, ferro fundido, alumínio, produtos cerâmicos, enquanto o Brasil exporta para Angola a farinha de milho, carnes, ferro, calçado, roupas, entre outros produtos.