USD 332 milhões é o valor que o Banco de Poupança e Crédito (BPC) vai disponibilizar para financiar o sector produtivo a nível do país.
O investimento resulta de um financiamento externo concedido pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BDA). A informação foi avança pelo administrador para área comercial do Banco de Poupança e Crédito (BPC), Óscar Rodrigues, durante um encontro entre a administração do banco com a classe empresarial e clientes particulares da Lunda-Sul, e Saurimo. Explicou que a linha de financiamento terá uma periodicidade de dois a oito anos e será feita de forma faseada, sendo a primeira, de USD 120 milhões de dólares, a segunda com 80 milhões, terceira 60 milhões e quarta com 65 milhões.
Do valor global do financiamento, 70 por cento destina-se a pequenas, médias e grandes empresas, 10 para mulheres empreendedoras, 20 para outras áreas e projectos de micro-empresas. Quanto à modalidade de financiamentos aos clientes, segundo o responsável, o BPC vai financiar apenas 80 por cento do projecto, e os 20 serão destinados à empresa que vai recorrer ao crédito, com um período de carência de capital de dois anos. Explicou que para obtenção do crédito, como garantias, as empresas devem hipotecar algum bem. Para o sector agrícola, as empresas devem possuir um seguro deste ramo, bem como o estudo de impacto ambiental e outros requisitos. Segundo o administrador, o crédito é especificamente destinado aos sectores agrícola, de pescas, indústria, água e saneamento básico, um financiamento cujo reembolso é de médio e longo prazos. O encontro visou apresentar o plano de reestruturação em curso e os produtos e serviços de que a instituição dispõe.
O mal parado
Em Julho de 2017, o BPC tinha contabilizado 500 mil milhões de kwanzas na carteira de crédito malparado. Neste período, havia sido emitida uma dívida pública de 231 mil milhões de kwanzas em benefício da sociedade Recredit, também estatal, criada para gerir os créditos problemáticos da banca nacional. A 07 deste mês (Março), o Presidente da República, João Lourenço, autorizou, através de um decreto, a emissão de Obrigações de Tesouro, no valor de Kz 180 mil milhões para recapitalização do BPC. A informação foi avançada pela Angop.