Os accionistas do BI C, banco privado com maior rede comercial do país (mais de 200 agências bancárias) aumentaram para Kz 20 mil milhões o capital social, numa altura em que o lucro da instituição, referente a 2017, cresceu pouco
POR: Hélder Caculo
Durante o ano económico 2017, o BIC registou um lucro de Kz 34,2 mil milhões, um crescimento de Kz 590 milhões quando comparado com os resultados de 2016, em que o banco obteve Kz 33,6 mil milhões. De 2016 a 2017, o banco reduziu o volume de crédito de Kz 1.004.525 para Kz 965.186 mas aumentou o número de clientes, tendo actualmente 1, 4 milhões. A informação foi avançada, ontem, em Luanda, pelo presidente do Conselho de Administração daquela instituição financeira.
Fernando Teles justificou os resultados alcançados no ano transacto com o actual contexto macro-económico do país, marcado sobretudo, pela queda do preço do petróleo, pela redução das receitas fiscais, pela aceleração da inflação e por um menor incentivo ao investimento. “O ano de 2017 foi particularmente exigente. Desta forma, embora se tenha observado alguma recuperação da economia, continuam a existir desequilíbrios macro-económicos substanciais no país, que se traduzem em desafios constantes para os vários agentes económicos e para a banca comercial, em particular”, disse. Para fazer face aos desafios durante a actividade comercial em 2017, o banco teve que optar pela contenção de custos a fim de manter os níveis dos resultados de 2016 (com aumento de Kz 590 milhões).
Teles garante apoio à economia
O gestor bancário sublinhou que não obstante os desafios, o banco que dirige vai continuar a apoiar o desenvolvimento da economia nacional, em particular no sector primário. “Continuamos a apoiar os projectos de financiamento realizados no âmbito do programa Angola Investe. De igual forma, mantemos a nossa aposta no crédito ao Estado, quer através da aquisição de Dívida Pública, quer por via de financiamentos directos, o que tem permitido a execução de muitos projectos”, assegurou. Relativamente ao mercado cambial, em particular a distribuição de divisas junto aos clientes particulares e empresas, Fernando Teles disse que o BIC controla cerca 12% do mercado e que as operações obedecem aos critérios definidos pelo BNA. “Hoje as operações são feitas com base nos sectores de actividade definidos pelo banco central e não através de vendas dirigidas como acontecia anteriormente na banca angolana. Nós somos o banco que mais sector atinge com a venda de divisas. Claro que fizemos também vendas com base na importância dos clientes”, frisou.
USD 200 milhões em dívida
O BIC tem USD 2,3 mil milhões de crédito a clientes particulares e empresas e USD 2,5 mil milhões de empréstimo ao Estado, sendo o maior banco do país, em termos de concessão de crédito. Entretanto, Fernando Teles revelou que o crédito mal parado está avaliado em USD 200 milhões. Avançou que 80% desses empréstimos estão garantidos com hipotecas. O PCA do BIC mostrou-se preocupado com o número de clientes que se encontram na condição de devedores do banco. E afirmou que muitos dos devedores, na sua maioria, empresários e políticos vão responder processos no tri.
EURO BIC com lucro de USD 27 milhões
Em Portugal, o BI C obteve USD 27 milhões em resultado líquido durante o ano 2017, um crescimento de USD 5 milhões comparativamente a 2016. Além de Angola e Portugal, o banco opera em Cabo Verde, onde obteve USD 12 milhões, África do Sul e Namíbia. Este ano, o banco pretende abrir o seu primeiro balcão na República Popular da China . Em Angola o BI C opera há 12 anos e conta com 227 balcões, 2.067 colaboradores, 1, 4 milhões de clientes, sendo o quarto maior banco do país em depósitos.