Até ao iiiº trimestre de 2022, a província de Benguela apresentava 705 obras paralisadas, uma diferença de 22 obras quando comparadas com o IIº trimestre do mesmo ano que apresentava 683 estagnadas. Luanda, entretanto, apresenta as obras mais caras
Benguela é a província que mais obras paralisadas apresenta, segundo o Inquérito Trimestral de Avanço e Acompanhamento dos Edifícios em Processo de Construção (ITA- EPC) do IIIº trimestre, do Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta província apresenta 22,07% de obras paralisadas, seguida pela província do Cuanza Sul com 14,25%, Malange 11,50% e Uíge com 10,86%. O inquérito do INE mostra que no IIIº trimestre de 2022 a província de Benguela apresentava 705 obras paralisadas, uma diferença de 22 obras quando comparadas com o IIº trimestre do mesmo ano que apresentava 683 estagnadas.
Os dados mostram que a província tinha apenas nove obras em processo de execução no IIIº trimestre e seis no IIº trimestre. Entretanto, no leque de províncias com um número significativo de obras paralisadas aparece em segundo lugar a província do Cuanza Sul com 455, lugar que já ocupava no segundo trimestre do mesmo ano com 353 obras. Malanje aparece em terceiro lugar com 366, Uíge com 347 e com 317, respectivamente. Assim, conforme os dados do INE, províncias como o Cuando Cubango, Bengo, Huambo e Bié, têm mais obras paralisadas que em andamento.
Os dados do Inquérito Trimestral de Avanço e Acompanhamento dos Edifícios em Processo de Construção indicam que há dois momentos na análise dos custos das obras. Um primeiro que se regista nas obras destinadas a residências, em que Luanda com mais de 19 milhões de kwanzas é líder disparada no cus- to das obras, seguida de muito longe por províncias como Lunda-Norte com custo de 6 milhões de kwanzas e Cabinda com um custo a rondar os 6 milhões de kwanzas.
O segundo momento da análise destes custos é registado nas obras não residenciais, onde Luanda com 23 milhões de kwanzas de custo médio, sendo, igualmente, líder, seguida da Lunda-Norte com 9 milhões e Zaire com custo de 7 mi- lhões. Nos dados apurados pelo INE indica-se que Luanda é a província com mais obras em curso, cerca de 39% no IIIº trimestre de 2022, mui- to longe do Huambo com 10,89%, a segunda província com mais obras em curso. Por outro lado, a província do Cunene com 0,99% das obras e Benguela com 1,11% são as províncias com menos obras em curso no país, conforme os dados do ITAEPC.
Uíge e huambo preferem dar obras a familiares
No que ao construtor diz respeito, as províncias do Uíge e Huambo ganham destaque pelo facto de maior parte das obras serem feitas por familiares, enquanto nas províncias do Cuanza-Sul e Cuando Cubango, a preferência recai ao denominado mestre de obra que acaba por se tornar o responsável pela empreitada. Já as províncias do Bengo e Cabinda chamam atenção pelo facto de maior parte das obras terem sido entregues às empresas privadas.
Em Luanda, há um verdadeiro equilíbrio entre os mestres de obra, empresas privadas e familiares. Quanto ao fim das obras hoje em curso, Luanda e Huambo se destacam como sendo as províncias com mais obras destinadas a residências, enquanto todas as demais províncias têm mais obras para fins não residenciais.
A área das obras em curso é de mais de 465,6 mil metros quadra- dos, conforme os dados do INE, que se referem ao terceiro trimestre do ano de 2022, mas no segundo trimestre a área era de mais de 788,8 mil metros quadrados. Luanda, com 120,7 mil metros quadrados, é a província com maior área bruta em construção. Depois de Luanda, seguem as províncias do Uíge com 62,9 mil metros quadrados, Lunda Sul com 47,4 mil metros quadrados e Huíla com 44 mil metros quadra- dos de área bruta em construção.
POR: Ladislau Francisco