O governador provincial de Benguela, Luís Nunes, assegurou, quarta-feira, 18, a poucas horas do arranque do Censo Geral da População e Habitação, estarem criadas todas as condições, considerando um falso problema a introdução de pessoas alheias ao processo, mas confiante na tecnologia usada para o processo censitário, que hoje, quinta-feira, 19, teve início
Luís Nunes visitou, na manhã de quarta-feira, o Centro Logístico do Censo da província, no município do Lobito, tendo recebido garantias de estar tudo a postos para o arranque do processo que, durante 30 dias, vai contar a população e respectivas habitações, de modo a direccionar melhor as políticas de Estado, como o Governo tem justificado.
Em declarações à imprensa, momentos após a visita, o governador manifestou o desejo de os benguelenses todos, sem excepção, acolherem os agentes recenseadores e responderem, objectivamente, às perguntas que vierem a ser feitas.
“Nós temos à volta de 5.031 recenseadores que vão andar pela província toda, em todos recantos, e estou convencido de que as coisas vão correr bem”, resume, dando conta de haver, sem, no entanto, as especificar, aquilo a que chamou de «pontas soltas».
“É lógico que, numa actividade destas, com esta dimensão, as coisas nunca estão a 100 por cento, mas são coisas banais”, desqualifica o governante, ao assegurar ser um «falso alarme» a questão de agentes censitários infiltrados e, por isso, diz estar confiante no tipo de tecnologia que está a ser usada pela autoridade competente, no caso o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O governante manifesta-se, pois, satisfeito com o nível de preparação e envolvimento de outros organismos, sobretudo os do Estado, razão por que a sua expectativa se eleve em relação ao bom desempenho de Benguela neste processo censitário.
Porém, Nunes está consciente da existência de famílias que, volta-e-meia, vão manifestando receio em relação a recenseadores, havendo, inclusive, quem admita não vir a receber recenseadores em sua casa. A esse segmento social o governador lança um claro e objectivo apelo de que “é preciso fazermos, para nós sabermos quantos somos… para começarmos a ver as coisas para o futuro. Espero que toda a população receba todos e responda às perguntas que forem colocadas”, adverte.
Ainda em relação a possíveis infiltrados no processo, o director provincial do INE, José Maria, assegura que o equipamento e o credenciamento a ser distribuído aos agentes censitários dispõem de uma tecnologia tão eficaz que não permitem qualquer tentativa de pessoas alheias ao processo se infiltrarem.
“Acho que isso é um falso problema, porque nós temos identificação que vai ser dada aos agentes recenseadores, mas só depois do termo da formação. A formação termina hoje (quarta-feira) e esses passes, essas indumentárias têm um controlo tão eficaz que não há como haver infiltrados. Aliás, nós, Estatística, levamos a vida a fazer inquérito”, descarta.
Mais logística a caminho
Até ao fecho desta edição, Benguela aguardava pela chegada de um camião para o reforço da logística censitária, na perspectiva de se ultrapassar determinados constrangimentos, embora o director do Instituto Nacional de Estatísticas em Benguela, José Maria, garantisse que tal não comprometeria em nada o andamento de um processo para o qual estão mobilizados 5.032 agentes censitários, ao que se vãojuntar 1.202 supervisores, numa operação que vai envolver 6.234 tablets, parte dos quais destinados ao mesmo número de supervisores. Em Benguela, estão mapeadas muitas zonas com pessoas sem abrigo.
Entretanto, numa primeira fase, ou seja, às primeiras horas do dia de hoje, 19, far-se-á, simbolicamente, o registo em apenas 4, nomeadamente nos municípios de Benguela, Lobito, Catumbela e Baía-Farta. Em virtude de ter iniciado o período de chuva, o INE, em Benguela, admite que o censo se vai estender para lá dos 30 dias, inicialmente prevista pelas autoridades, por existirem muitas zonas de difícil acesso.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela