O Banco Angolano de Investimento (BAI) obteve o crédito líquido totalizado em 408 mil milhões de kz, correspondendo a um aumento para clientes de 16 mil milhões de kz comparativamente a Dezembro de 2022
De acordo com dados desta instituição financeira, a que OPAÍS teve acesso, esta variação deveu-se, essencialmente, ao aumento da carteira de crédito bruto em moeda nacional em 4% (20 mil milhões kz), explicado por desembolsos ao sector privado empresarial não financeiro, particulares e amortização do crédito em moeda estrangeira no montante de 6 mil milhões kz no sector público e privado empresarial não financeiro.
“O rácio de transformação (crédito sobre depósitos) aumentou cerca de 1 ponto percentual, situando-se em 16% no primeiro trimestre deste ano”, lê-se no documento. Quanto ao aumento líquido, o activo registou uma subida de 43 mil milhões de kz em relação a Dezembro do ano passado, totalizando 3.238 mil milhões de kz, resultante do aumento dos fundos próprios em 10%.
Produto bancário
Os dados do BAI apontam para o aumento do produto bancário, em 61 mil milhões de kz, o que reflecte o crescimento de 64 mil milhões de kz (292%) da margem complementar, resultante da substituição de obrigações do tesouro não reajustáveis em moeda nacional (OTMN-NR), apesar da redução em 6% da margem financeira.
Entretanto, os resultados de negociações de instrumentos financeiros aumentaram em 63 mil milhões de kz comparativa- mente a Março do ano passado, situando-se em 81 mil milhões de kwanzas em Março deste ano, resultante da substituição de Obrigações do Tesouro não Reajustáveis (OTMN-NR) com maturidade de curto/médio prazo por maturidades de longo prazo.
Por outro lado, os custos com juros de depósitos registaram um incremento de 37%, tendo ascendido a 23 mil milhões de kz em Março deste ano, em comparação a 16 mil milhões de kz contabilizados no período homólogo, de- corrente da estratégia de captação de depósitos, com realce para a possibilidade de se efectuar aplicações a prazo no BAI Directo.
Resultado líquido individual
O BAI reforça que o resultado líquido individual situou-se em 86 mil milhões de kz em Março deste ano, evidenciando um crescimento de 110% face aos 41 mil milhões de kz alcançados em Março do ano passado. Este desempenho é funda- mentalmente justificado pela evolução positiva da margem complementar, com destaque para os resultados de negociações de instrumentos financeiros.
Redução dos depósitos em 2%
Os recursos de clientes registaram uma redução de 46 mil milhões de Kwanzas em comparação a Dezembro do ano passa- do, somando 2.591 mil milhões de Kwanzas, impulsionados pela redução dos depósitos em moeda estrangeira em 4% e a redução dos depósitos em moeda nacional em 1%. A redução dos depósitos em moeda estrangeira é explicada pela saída de fundos no sector privado empresarial não financeiro e particulares. Relativamente aos custos de estrutura, estes atingiram 33 mil milhões de Kwanzas, registando um decréscimo de 1% em termos homólogos, influenciados essencialmente pela redução dos custos com os fornecimentos de terceiros em 21%.
“ Os custos com o pessoal e com amortizações e depreciações tiveram um aumento de 26% e 11% respectivamente”, sublinha o comunicado. Quanto às dotações para imparidade para crédito a clientes, de acordo ainda com os dados do BAI, foram reforçadas em 8 mil milhões de Kwanzas no trimestre em análise, principalmente devido ao aumento do crédito por assinatura (garantias prestadas). Recordar que o BAI foi distinguido pela terceira vez consecutiva como o melhor banco em Angola e líder do sector bancário nacional, pela prestigiada revista norte-americana especializa- da em finanças Global Finance. A distinção foi feita no âmbito da 30ª edição dos Prémios de Melhores Bancos do Mundo, onde o BAI foi também incluído entre as 150 instituições financeiras mais destacadas a nível global.
POR: Francisca Parente