Há cada vez mais gente para trabalhar e menos empregos disponíveis. A taxa de emprego informal posicionada nos 80,5% e inactividade ronda os 11%
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao quarto trimestre de 2023 mostram que só 2,2 milhões angolanos têm emprego formal, enquanto 9,4 milhões têm emprego informal. A taxa de desemprego posicionouse nos 31,9% no quarto trimestre do ano de 2023, registando um crescimento de 2,3% no comparativo com o mesmo período do ano anterior.
A taxa de inatividade, que remete a pessoas que por algum motivo não podem trabalhar, posicionou-se nos 11% no quarto trimestre do ano de 2023, tendo crescido 0,8 pontos percentuais (p.p), no comparativo ao mesmo trimestre do ano de 2022, quando estava situado nos 10,2%. Os dados do INE evidenciam que em 2022 eram 1,8 milhão de inactivos, agora são mais de 2,1 milhões de pessoas inactivas.
Olhando para o emprego, percebe-se que caiu cerca de 3% no quarto trimestre do ano de 2023, comparativamente ao ano anterior. Em 2022 63,1% das pessoas activas tinham emprego, enquanto que em 2023 este número caiu para 60,7%. As razões são várias, mas prestando atenção aos dados, percebe-se, por exemplo, que a quantidade de pessoas activas cresceu na ordem das mais de 554 mil pessoas.
Se no quarto trimestre de 2022 eram 16,6 milhões de activos, no quarto trimestre de 2023 passaram a ser 17,1 milhões de activos, o que representa um aumento que por si só leva a movimentação na situação da empregabilidade. Destes dados também fica evidente a problemática do aumento da população que é negativamente proporcional ao aumento da oferta de emprego, que demostra que a população cresce mais rápido do que se consegue criar empregos. A esta preocupação acresce o facto de se ter muito emprego informal. Há também muita gente que embora trabalhe, não tem renda fixa, nem estável, não conseguindo ter uma vida com os padrões de dignidade de quem tem um emprego.
POR: Ladislau Francisco