Qual é o objectivo do projecto para erradicar a malária em Angola?
O objectivo é eliminar a malária em todas as 18 províncias do país. Nosso projecto, iniciado em 2016, visa educar a população sobre a importância da limpeza e saneamento para prevenir a propagação da doença. Trabalha- mos para sensibilizar as pessoas sobre a necessidade de manter as suas áreas residenciais limpas e secas, e destacamos que isso é uma responsabilidade de todos, não apenas do governo.
Como o projecto será financiado?
Estamos a buscar investidores e parceiros especializados para ajudar no financiamento do projecto. O investimento inicial é de 287 mil dólares, mas esperamos atrair mais recursos à medida que o projecto avança.
Quais são os desafios na erradicação da malária em Angola?
Um dos maiores desafios é a falta de conscientização da população sobre a importância do saneamento básico. Também precisamos lidar com empresas de desinfestação não credenciadas que vendem produtos de forma desordenada para ambulantes, o que prejudica a saúde pública. Além disso, falta fiscalização adequada para evitar o comércio ilegal de veneno para ratos, que também representa um risco à saúde.
Como está a ser feita a reeducação da população para combater a malária?
A reeducação é uma parte essencial do nosso projecto. Estamos a trabalhar para criar uma consciência mais forte sobre a importância da limpeza e da higiene. No entanto, para que isso funcione, precisamos de leis mais rigorosas que incentivem a população a fazer a coisa certa. Se a Assembleia Nacional e o governo aprovarem leis mais severas, acreditamos que as pessoas seguirão as orientações correctas.
Qual é a perspectiva de tempo para a erradicação da malária em Angola?
Se as leis propostas forem aprovadas e implementadas de maneira eficaz, acreditamos que em três anos Angola poderá estar livre da malária. Essa é a nossa meta e estamos trabalhando arduamente para alcançá-la.
O que acontecerá no Conselho de Empresários da Região Centro- Sul dos Países Angola e Brasil?
O Conselho de Empresários é uma iniciativa que visa reunir empresários da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para discutir o crescimento económico e a produção em cada região representada. Este evento permitirá que empresários de Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Angola partilhem ideias e oportunidades de investimento.
Quem organiza o Conselho de Empresários e qual é o seu pro- pósito?
O evento é organizado por três entidades: a Feira Multissectorial de Negócios e Cultura (FIN) do Brasil, Portugal e China. O objetivo é reunir empresários para trocar experiências e atrair investidores para Angola. Esta- rei presente como representante de Angola, acompanhado por uma delegação de mais de 30 empresários angolanos.
Qual é o papel dos empresários angolanos no evento?
Como embaixador dos empresários angolanos no Brasil, tenho a responsabilidade de mostrar aos investidores estrangeiros que Angola é um país seguro para investimentos. Queremos garantir que a mensagem sobre a segurança e as oportunidades de negócio em Angola seja clara e convincente.
O que se espera do evento em termos de resultados?
Esperamos atrair mais investi- dores para Angola e fortalecer as relações comerciais entre os países da CPLP. O objectivo é aumentar a cooperação económica e criar novas oportunidades de negócios para os empresários angolanos.
Como os empresários angolanos podem apoiar o governo na melhoria da economia nacional?
Os empresários podem apoiar o governo alinhando-se com a vi- são do presidente João Lourenço e promovendo iniciativas que impulsionem a economia. A cooperação entre empresários nacionais e estrangeiros é crucial para o sucesso do plano do governo de melhorar a economia e atrair mais investidores para o país.
Como está a questão do crédito para empresários nacionais e a cooperação com o Banco Central?
O acesso ao crédito é um factor importante para o crescimento do empresariado nacional. No entanto, é necessário melhorar a cooperação entre o Banco Central e os bancos comerciais para facilitar o processo de obtenção de crédito. Estamos a trabalhar para fortalecer essa cooperação e criar melhores condições para os empresários angolanos.
Voltando à Feira Multissectorial, como pode ser aproveitado pelo empresariado angolano?
A Feira Multissectorial é uma oportunidade para os empresários angolanos aprenderem com as melhores práticas de outras indústrias ao redor do mundo. A experiência que adquirimos em eventos como este nos ajuda a entender como podemos aplicar essas práticas em Angola para impulsionar nosso próprio desenvolvimento.
A cooperação entre empresários angolanos e estrangeiros pode impulsionar a economia?
A cooperação é fundamental para criar uma economia mais for- te e diversificada. Quando empresários angolanos e estrangeiros trabalham juntos, eles podem partilhar conhecimentos e recursos para impulsionar a inovação e o crescimento económico. É importante incentivar a honestidade e a colaboração para evitar a concorrência desleal e a destruição de empresas locais.
Qual é a sua opinião sobre a situação actual do empresariado em Angola?
O empresariado angolano ainda enfrenta muitos desafios, incluindo a falta de unidade e a concorrência desleal entre em- presas locais. Para impulsionar a economia, precisamos promover uma cultura de cooperação e respeito entre empresários, garantindo que todos trabalhem juntos para o bem-comum.
Qual é a mensagem que deixa para empresários e investido-res interessados em investir em Angola?
A mensagem é que Angola está aberta para negócios e investimentos. Com um esforço conjunto entre empresários nacionais e estrangeiros, podemos criar uma economia mais forte e diversificada. Convidamos investidores a se juntarem a nós na missão de erradicar a malária e construir um futuro melhor para Angola. A união, a colaboração e a responsabilidade são os pilares para alcançar esses objectivos.