O ministro dos transportes, Ricardo de Abreu, anunciou ontem, em Luanda, que Angola vai emitir, nos próximos tempos, um decreto para agravar as taxas aos camionistas congoleses, tendo em conta a “actuação bastante errática” por parte das autoridades daquele país com cobranças indevidas aos transportadores angolanos
De Luanda a Cabinda, passando pela República Democrática do Congo (RDC), os camionistas angolanos chegam a pagar perto de quatro milhões de kwanzas, com tarifas nos diversos controles, enquanto os meios do país vizinho entram em Angola com apenas 50 dólares, o que indica que o nosso país per- de mais de 3 milhões de kwanzas.
Para o ministro Ricardo de Abreu, que falava durante a 4.ª Reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, assiste-se uma “actuação bastante errática” por parte das autoridades da RDC, na cobrança indevida aos transportadores angolanos.
Conforme o dirigente, tem acontecido diálogos com os representantes de Associações de Camionistas e Transportes de carga que têm sido afectados com os constrangimentos na disparidade de preços.
Por isso, “foi tomada a decisão de emitir um Decreto Executivo conjunto entre os Ministérios dos Transportes, Finanças e Obras Públicas, no sentido de, no âmbito da reciprocidade, criar as mesmas condições que estão a ser impostas aos nossos transportadores”, reiterou.
Ricardo de Abreu referiu que os camionistas congoleses terão um tratamento equivalente ao que é dado aos angolanos, para ver se temos uma melhoria no comportamento das autoridades da República Democrática do Congo.
Sobre o assunto, o presidente da Associação dos Camionistas de Angola (ACA), Sabino da Silva, mostrou-se satisfeito, sublinhando que há alguns meses tem rebatido sobre o assunto e apresentando esta inquietação ao Executivo.
Sustenta que os camionistas congoleses para entrarem em Angola têm de apresentar o passaporte e pagar o visto com um custo equivalente a 50 dólares. No encontro entre o Ministério dos Transportes, Finanças e Obras Públicas, soube-se que foram feitas tentativas de negociações com a congénere congolesa, no entanto, a RDC não responde, daí a necessidade de equiparar os custos.
Em relação ao número de camiões que entram na RDC, o responsável referiu que aguardam pelo processo de cedência de espaços para o parqueamento em várias províncias, de modo a manter o controlo do fluxo de camionistas que fazem esta trajectória.
“Estes espaços vão permitir manter o controlo das mercadorias que são transportadas de Angola para o Congo Democrático e vice- versa”, disse. Entretanto, o Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA) olha para a questão das balanças no sentido de regularizar o peso das mercadorias nos camiões, sendo que a implementação das mesmas vai salvaguardar a duração das estradas.
Permitirá a não circulação de 24 horas, mas, sim, oito horas por dia, porque o excesso de circulação e lotação provoca danos à via. “Já identificamos determinados pontos que deveriam ter balanças, tais como postos aduaneiros, para que os camiões possam pesar e aplicar multas pesadas para aqueles que não cumprirem com o peso estabelecido”, disse.