Hendrik de Bruin avançou a este jornal que o uso massivo dos dispositivos móveis, nos últimos tempos, tem permitido o aumento de ataques às instituições as quais os usuários estejam ligados.
De acordo com o responsável, as pessoas acedem um a e-mail a partir de um dispositivo móvel, a troca de informação entre as pessoas, o envio e a abertura de e-mail entre as empresas, por exemplo, tem originado mui- tos ataques.
“Significa que determinadas informações podem comprometer o sistema de qualquer instituição”, alertou o consultor da multi- nacional americano-israelense na 4.ª edição do CyberSecur Summit 2024.
Hendrick de Bruin contou que, no cômputo geral, os ataques no mundo são muitos, sendo Angola o país que registou, só na última semana, mais de seis mil e 400 ataques cibernéticos direccionados para diferentes instituições.
O especialista alertou que a inteligência artificial aplicada nas organizações pode gerar orientações incorrectas, violação de dados e disseminar desinformação, sendo que as empresas precisam entender que o advento da IA causa riscos.
O Consultor explicou que, habitualmente, as pessoas utilizam a inteligência artificial como um assistente, servindo para compor e-mail, fazer correcção de texto e ver estrutura de texto. Aliás, também é, segundo o responsável, usada para pesquisa de técnicas e tecnologias que os atacantes se apoiam para o cometimento de crimes.
“As pessoas quando copiam um e-mail, abrem certos dados, correm o risco de colocar informações sensíveis das organizações e depois vazadas”, esclareceu. Hendrick de Bruin disse que as empresas ficam sem saber como os algoritmos processam para o vazamento de informações sensíveis, e ao mesmo tempo existem tecnologias que ajudam na protecção dos dados, embora sejam ferramentas que detectam ataques cibernéticos.
As tecnologias para a protecção de sistemas de computador contra roubo ou danos ao hardware podem ser implementadas pelas em- presas, soluções que vão monitorizando qualquer informação colocada nessa plataforma.
Para Angola, o responsável da Check Point orientou a consciencialização do uso da inteligência artificial como factor-chave para combater os riscos da mesma. Por isso, as pessoas, em geral, os utilizadores de tecnologia e as organizações precisam perceber o papel de um gestor ou director da segurança da informação, no sentido de avaliar os riscos dentro das empresas.
Para o especialista, investir em métodos adequados constitui a melhor escolha, logo as empresas não devem apenas comprar uma tecnologia e implementar, porque precisam garantir que o instrumento esteja a ser correctamente implementado.
Na simples compra de uma tecnologia para a protecção da informação, sem a adequada verificação, o risco pode ser muito grande.
Assim, de acordo com os dados, Angola aparece como líder da lista dos estados que mais sofrem ataques cibernéticos ao nível dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) com mais de 60 por cento de casos.
POR:Adelino Kamongua