Conforme cálculos do jornal OPAÍS, com base no relatório do primeiro trimestre do Centro de Investigação Económico da Universidade Lusíadas de Angola (CINVESTEC), as importações de máquinas e equipamentos, que totalizaram USD 798 milhões, caíram em 68 milhões de dólares (8,5%) em comparação ao mesmo período de 2023.
Este número representa uma redução substancial na aquisição de equipamentos essenciais para a economia. Este decréscimo reflecte uma diminuição no ritmo de investimentos industriais e na modernização de infra-estrutura, factores cruciais para o desenvolvimento económico do país.
Da mesma forma, o sector de combustíveis, que também registou importações de 798 milhões de dólares, sofreu uma redução de 68 milhões de dólares.
“A categoria de produtos mais comprado ao exterior foi a de máquinas e equipamentos, com USD 798 milhões, mas o seu valor reduz-se cerca de 8,5%, enquanto os combustíveis são a nossa segunda importação, com os mesmos USD 798 milhões e um decréscimo semelhante”, lê-se no relatório.
Este declínio nas importações de combustíveis pode estar relacionado a um menor consumo energético no mercado interno, influenciado tanto por esforços de racionalização como pelo aumento dos preços internacionais, que afectaram o poder de compra e o consumo das empresas e consumidores.
Segundo o documento publicado recentemente, a par destas reduções, os serviços de transporte, que somaram 704 milhões de dólares em importações, registaram uma queda de 154 milhões de dólares em comparação com o mesmo período de 2023, o que corresponde a uma variação negativa de 18%.
Esta contracção reflecte uma menor movimentação de mercadorias e serviços logísticos no país, possivelmente devido a uma redução na actividade económica e ao decréscimo nas trocas comerciais.
Enquanto vários sectores sofreram quedas, o sector de viagens foi uma excepção, tendo atingido USD 535 milhões em importações, representando um aumento de USD 130 milhões em relação ao primeiro trimestre de 2023.
Este crescimento de 32% foi impulsionado pela maior procura por viagens internacionais, tanto por lazer como por negócios, num momento em que o país assiste a uma recuperação parcial do turismo e dos deslocamentos internacionais pós-pandemia.
No entanto, toda esta procura adicional foi captada por companhias aéreas estrangeiras, sem qualquer benefício directo para a transportadora nacional, a TAAG, o que levanta questões sobre a competitimos.
Construção recupera 25% O sector de construção, por sua vez, demonstrou uma recuperação, com um aumento de 25% nas suas importações, que totalizaram USD 384 milhões.
Este crescimento reflecte o aumento de contratação de obras públicas ao exterior, numa tentativa de revitalizar o setcor de infra-estrutura, que é essencial para o crescimento de longo prazo do país.
O CINVESTEC aponta que, em paralelo, os materiais de construção importados, que atingiram USD 311 milhões, apresentaram um crescimento de 14%, acompanhando a expansão no sector de obras públicas e privadas.
Os produtos químicos e farmacêuticos, particularmente os medicamentos, registaram uma das maiores quedas. As importações desta categoria totalizaram apenas USD 198 milhões, representando uma queda de 40% em relação ao período homólogo e de 25% face à média de 2023.
Po: Francisca Parente