Angola pode obter mais investimento directo estrangeiro dos países avançados, como França, para diversificar a sua carteira de investimento, disse o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João
Falando à margem de um encontro de trabalho com a Missão Diplomática de Angola em França, o governante sublinhou ser necessário existir uma abordagem específica sobre diplomacia económica para cada país. “Não podemos ter uma abordagem única de diplomacia económica para todos os países. Por exemplo, de países avançados, que é o caso da França, a mais curto prazo, nós podemos obter investimento directo estrangeiro, pois existem homens de negócios, com algum capital acumulado, e que estão à procura de diversificar a sua carteira de investimento”, disse.
Segundo a Angop, o governante reforçou ser importante ter a capacidade de atrair esse investimento, “principalmente se já estiver em África. É mais fácil trocar um país africano por outro”. O ministro considera ser importante olhar para o comércio ex- terno, por ser mais difícil exportar para os países avançados, por causa do grau da sofisticação que se exige dos produtos. “Então, também, a curto prazo, devemos olhar para os países fronteiriços, aqueles para onde já começamos a exportar, como é o caso da República do Congo e a República Democrática do Congo. Também devemos olhar para a Zâmbia e outros países”, acrescentou.
O governante apontou como terceira abordagem a venda aos países avançados de produtos, onde Angola tem vantagens comparativas. “Podemos vender Angola como destino turístico, pois no período de frio, muitos procuram geografias mais quentes e Angola tem nove meses de calor. Podemos também vender produtos que a França não produz como são as frutas tropicais, café, cacau, mandioca, gindungo e outras especiarias”, disse.
A embaixadora de Angola em França, Guilhermina Prata, considera que o Presidente da República já fez o trabalho de abrir portas ao mais alto nível, com as visitas recíprocas oficiais dos dois Chefes de Estado, agora “cabe- nos dar seguimento a esse trabalho e fazer acontecer”. O encontro de trabalho com a Missão Diplomática de Angola e França serviu para a promoção de negócios e captação de investimento estrangeiro directo na sétima economia do mundo e a segunda da Europa. A reunião teve por objectivo alinhar as actuações da Embaixada de Angola e do Ministério da Economia e Planeamento para a promoção de negócios e captação de investimento estrangeiro directo.
Angola e França
Os dados disponíveis apontam que o volume de comércio e bens transaccionados, no período 2020/2022, entre Angola e França, ronda os 4 mil milhões de dólares, com maior valor para o país da África Austral. Do referido valor, USD 2,9 mil milhões constituem exportações de Angola para a França e USD 1,1 mil milhões de França para Angola.