O presidente da Associação dos Empresários e Executivos Brasileiros em Angola, Raimundo Lima, destaca que o Brasil, com a sua vasta experiência global, pode desempenhar um papel crucial na diversificação da economia angolana, com ênfase no sector agropecuário
Com a presença do Presidente brasileiro em solo angolano, Raimundo Lima considera que com a uma grande experiência que o Brasil tem a nível do sector agropecuário e que é reconhecido a nível mundial, Angola pode beneficiar com os novos ventos da cooperação. Aponta como exemplo o fac- to de o país sul americano ser um dos maiores produtores de grãos, carne bovina, suína e aves, abrindo-se a janela de oportunidade que os técnicos tragam conhecimento técnico, com know how que possuem e, desta forma, contribuirem para o aumento da produtividade local .
Anunciou que enquanto o Presidente Lula da Silva visita Angola, uma delegação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) se encontra reunido com empresários locais do sector, reunião que Raimundo Lima acredita que será importante para troca de experiência, com foco virado para o aumento da produção agropecuária. “Isso é essencial porque o país tem uma dependência muito grande de importações de alimentos”, sublinhou.
Raimundo Lima realçou que se tivesse produção local de bens alimentares, reduziria significativamente a dependência de importações trazendo um alívio para as próprias contas em moeda estrangeira, que considera o grande problema que Angola enfrenta hoje.
O responsável da Associação dos Empresários e Executivos Brasileiros disse que esta nova fase da relação bilateral apre- senta um grande potencial para impulsionar o comércio e a cooperação entre os dois países. Ambos, continuou, partilham o status de economias emergentes e possuem uma diversidade de sectores que podem se beneficiar mutuamente.
Actualmente, o Brasil exporta principalmente produtos manufaturados para Angola, incluindo equipamentos eletrônicos, veículos, alimentos processados e máquinas. Em contrapartida, Angola é um importante fornecedor de petróleo bruto para o Brasil. No entanto, enfatizou que existe um amplo espaço para diversificar e expandir essa relação comercial, explorando oportunidades em outros sectores.
Segurança alimentar
Um desses sectores de interesse mútuo é o agronegócio, sendo que Angola importa uma grande quantidade de alimentos, e o Brasil é conhecido pela sua vasta experiência e tecnologia nesse campo. Investimentos e parcerias no agronegócio podem contribuir significativamente para a segurança alimentar e o desenvolvimento agrícola de Angola. Além disso, o responsável sublinhou que o sector de infra-estrutura também oferece oportunidades promissoras para fortalecer os laços bilaterais.
Angola está actualmente envolvida em um processo de reconstrução e modernização das suas estruturas de transporte, energia e comunicações. No entanto, alerta ser fundamental reconhecer que o desenvolvimento dessas relações bilaterais enfrenta desafios significativos, tendo em vista questões como burocracia, barreiras comerciais e dificuldades logísticas que podem dificultar o avanço das oportunidades comerciais entre os dois países. “Superar esses obstáculos e criar um ambiente favorável à cooperação e ao investimento mútuo é uma prioridade.
Em resumo, as relações entre Angola e Brasil apresentam um potencial considerável para impulsionar o comércio e a cooperação bilateral”, disse. Em 2022, a balança comercial fechou em 1,4 bilhão de dólares. Raimundo Lima destaca como positivo as exportações entre os dois países de Janeiro a Julho de 2023, que já atingiram os 871 milhões, representando um crescimento de 64% em relação ao mesmo período de 2022.
POR: Francisca Parente