O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, disse ontem, em Luanda, que Angola tem impulsionado o desenvolvimento espacial e em telecomunicações na região Austral de África.
Mário Oliveira fez estes pronunciamentos na abertura da 3.ª edição da New Space Africa (Conferência Espacial de África 2024), tendo referido que esta conferência internacional torna-se num marco significativo para o país e para toda a região da África Austral. Destacou que a conferência representa um avanço crucial para o país, demonstrando o seu compromisso com o desenvolvimento tecnológico e o fortalecimento das telecomunicações. As medidas de política e estratégia do governo, continuou, para o sector visam contribuir para a diversificação económica e acelerar a transformação digital do país.
O governante sublinhou a importância da modernização da sociedade da informação e do conhecimento, enfatizando o papel fundamental das telecomunicações no processo de diversificação económica. Suportado por um planeamento estratégico que inclui o Plano de Desenvolvimento Nacional 2023/2027 e a Estratégia de Longo Prazo de Angola 2050, o Executivo tem implantado diversas acções para garantir que o país assuma um papel de co-liderança na região e participe de modo relevante no contexto internacional em matéria espacial.
Na sua intervenção, Mário Oliveira disse que, nos últimos anos, Angola tem desenvolvido um conjunto de projectos que têm reflexo na integração regional da SADC ,sendo que os investimentos em infra-estruturas espaciais como o satélite de telecomunicações constitui para os países africanos a resposta para uma maior e melhor conectividade a curto e médio prazo a custos acessíveis. O Ministro realçou que Angola hoje lidera o comité de direcção no âmbito do programa de partilha de satélite da SADC, tendo sido instalado um escritório regional e a funcionar em Luanda.
Estratégia espacial com resultados concretos A implementação da Estratégia Espacial Nacional 2016-2025 está a alcançar resultados concretos e a contribuir para a melhoria de vida dos angolanos, conforme disse o director-geral do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), Zolana João, tendo sublinhado que os resultados da estratégia deverão ser apresentados, do ponto de vista concreto, ao longo dos quatro dias.
No que diz respeito a criação do evento, enfatizou ser um projecto que surgiu há dois anos em Washington (EUA), na altura do encontro entre Estados Unidos e África, em que o ministro Mário Oliveira lançou um desafio, que é colocar Angola no mapa mundial, reconhecido como uma potência do sector espacial, começando pela África Austral, a seguir o continente africano e depois ao nível do topo. Durante os quatro dias da conferência, 28 organizações da indústria espacial global vão realizar uma exposição, entre as quais a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA), a Agência Espacial Europeia (ESA), a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST) e a Airbus Defense and Space.
Angola, país anfitrião, tem dado passos na sua política de inserção no mercado espacial, com o realce para o lançamento, em Outubro de 2022, a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, do seu satélite, o Angosat-2, desenhado e construído com a participação directa de especialistas russos e angolanos. O evento analisa como a tecnologia poderá ser usada para resolver a situação com que África se debate quanto à pobreza, no sentido do potencial transformador da tecnologia espacial em questões ligadas à agricultura, saúde e segurança.
O maior evento espacial do continente, organizado pela Space in África, em parceria com a União Africana e o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), reúne decisores, representantes de governos, líderes de academias e da indústria espacial africana, num ambiente que vai procurar analisar o papel do espaço na redução do fosso da pobreza.
POR: Francisca Parente