Angola apresenta, actualmente, uma das melhores áreas naturais para o investimento no domínio do ecoturismo, cujo aproveitamento sustentável pode gerar receitas e contribuir para o desenvolvimento multifacetado do país
A afirmação foi feita ontem, Terça-feira, pelo presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional para a Gestão da Região do Okavango (ANAGERO), Rui Lisboa, no balanço da actividade desenvolvida na Região Angolana do Okavango.
Trata-se da realização do I Fórum de Investidores da Região Angolana, no dia 17, seguido da expedição turística, de 18 a 22 do corrente mês, com a participação de 200 investidores nacionais, estrangeiros e outros integrantes.
Rui Lisboa sustentou que a região é muito rica em termos de recursos naturais, com destaque para a abundância de recursos hídricos, animais e plantas mais procurados a nível mundial, sem sofrer, até ao momento, nenhuma intervenção humana ou industrial capaz de influenciar o seu estado natural, atraindo, por isso, a atenção de muitos investidores.
Informou que já existem muitas manifestações de interesse de investimentos na região, que poderão ser materializadas a curto e médio prazo, visando o desenvolvimento desejado em consonância com os países membros, como Namíbia, Zâmbia, Botswana e Zimbabwe.
Questionado sobre o que já foi feito e que está a ser feito, disse ter ainda desafios nos domínios das infra-estruturas, adiantando, entretanto, que já foram aprovados importantes projectos para a reabilitação das estradas e a construção dos postos fronteiriços que vão permitir viabilizar toda a actividade económica da região.
Neste particular, o presidente realçou que o principal foco de actuação estará versado para a indústria do turismo que é, em sua opinião, a melhor opção para o desenvolvimento da Região Angolana do Okavango.
Recordou que o fórum permitiu a assinatura de seis memorandos de entendimento e todo o esforço será envidado para que os mesmos sejam materializados, com projectos concretos e depois assinar outros memorandos de entendimento.
Constam do leque de empresas com interesse expresso de investir na região as Organizações Coutada do Luiana, Alpar Viagens, Gemini, bem como instituições que pretendem tirar partido do grande potencial turístico e de agricultura, como são os casos do Instituto de Segurança Social das Forças Armadas e a Caixa de Providência dos Serviços de Informação.
Os próximos passos, conforme o presidente do Conselho da Administração da ANAGERO, serão a aprovação dos projectos e concepção de espaços para a sua implementação, numa altura em que existem, a nível regional, empresas com interesse de investirem na região, como a World Water, Wilderness Safaris e a Natural Selection.
“ O desafio é que a solicitação de espaços, em termos de dimensão, ultrapassa um pouco ao que é estabelecido por lei.
Vamos procurar o melhor termo para não perder estes grandes investidores, que representam as principais empresas de ecoturismo a nível de África”, defendeu o responsável.
De referir que a Região Angolana do Okavango, com o epicentro de actuação na província do Cuando Cubango, compreende ainda parcelas territoriais do Huambo, Bié, Moxico, Huíla e Cunene, numa dimensão aproximada de 360 mil quilómetros quadrados.