A agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) considerou este Domingo que Angola vai ser, este ano, o segundo maior emissor de dívida na África subsariana, endividando-se em USD 15,9 mil milhões
Angola vai emitir USD 15,9 mil milhões este ano, o que representa uma subida de 26,5% face aos valores emitidos no ano passado e é o valor mais alto desde 2014, ano em que Angola recorreu aos mercados para angariar USD 17,3 mil milhões, refere o relatório da agência de rating sobre o endividamento dos países africanos enviado aos investidores e ciado pela Lusa.
O relatório mostra que Angola será o segundo maior emissor de dívida no continente, só atrás da África do Sul, que vai endividarse em USD 18,7 mil milhões este ano, o que representa uma subida de 7,8% sobre 2017.
Os analistas da S&P dizem que Angola tem o maior rácio de ‘dívida rolante’ face ao Produto Interno Bruto (PIB), cerca de 36%, o que significa que é o país que tem mais dívida a atingir a maturidade, o que geralmente é resolvido recorrendo a emissões de dívida de curto prazo para pagar a dívida de longo prazo.
No total, o relatório da S&P sobre a dívida pública dos 17 países que a agência de ‘rating’ avalia na África subsariana mostra que estes países vão endividarse em mais USD 57 mil milhões este ano. Este valor representa uma subida de 7,4% face aos USD 53 mil milhões de dívida emitida no ano passado e comprova que a crise dos preços das matérias-primas, iniciada em 2014, continua a afectar fortemente estas economias dependentes dos recursos naturais para equilibrarem os orçamentos.
‘Esta subida reflecte o aumento das emissões planeadas pelos maiores emissores, do ponto de vista histórico, [que são] África do Sul e Angola’, lê-se no documento, que aponta, no caso de Angola, que o endividamento ‘deve-se parcialmente a grandes amortizações previstas para 2018’, enquanto na África do Sul a subida explica-se pela ‘fraca trajectória orçamental’.
Nos restantes, segundo o documento, as necessidades de financiamento vão manter-se relativamente estáveis, o que ‘reflecte um equilíbrio entre o ambiente ligeiramente mais favorável no mercado das matérias-primas e o aperto nas condições de financiamento decorrente da normalização da política monetária norte-americana’.
No total africano, a S&P espera que o ‘stock’ de dívida comercial chegue a USD 392 mil milhões no final deste ano e que o total (incluindo a concessional, a preços mais baixos do que os de mercado) atinja os USD 514 mil milhões.
O relatório da S&P surge em linha com as preocupações repetidamente manifestadas pela directora- geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que admitiu numa entrevista recente que 2018 pode ser o ano em que o problema da dívida vai explodir em África.
Numa entrevista à revista electrónica Quartz, Lagarde, quando questionada sobre o perigo de o problema da dívida explodir em 2018, respondeu: ‘Pode muito bem ser’.
Para a líder do FMI, ‘o que pode desencadear esses sérios desenvolvimentos são, na verdade, as melhorias nas economias avançadas, nomeadamente a valorização de algumas moedas, e o aperto da política monetária norte- americana e talvez na zona euro, que tornam o fardo da dívida mais pesado nalguns países.
Endividamento da África subsariana sobe 7,4%
A Standard & Poor’s (S&P) estima que os 17 países africanos cuja qualidade do crédito avalia, incluindo Angola e Moçambique, vão endividar-se em mais USD 57 mil milhões este ano.
De acordo com o relatório sobre o endividamento dos países africanos, este valor representa uma subida de 7,4% face aos USD 53 mil milhões de dívida emitida no ano passado e comprova que a crise dos preços das matérias-primas, iniciada em 2014, continua a afectar fortemente estas economias dependentes dos recursos naturais para equilibrarem os orçamentos.
‘Esta subida reflecte o aumento das emissões planeadas pelos maiores emissores, do ponto de vista histórico, [que são] África do Sul e Angola’, lê-se no documento, que aponta que, no caso de Angola, o endividamento ‘deve-se parcialmente a grandes amortizações previstas para 2018’, enquanto na África do Sul a subida explica-se pela ‘fraca trajectória orçamental’.
No total africano, a S&P espera que o ‘stock’ de dívida comercial chegue a USD 392 mil milhões no final deste ano e que o total (incluindo a concessional, a preços mais baixos do que os de mercado) atinja os USD 514 mil milhões.