Jânio Correia Victor, que falava à margem da cerimónia de abertura das jornadas do trabalhador mineiro 2024, a decorrer até ao dia 27 deste mês, em Luanda, referiu que o sector dos Recursos Minerais está a trabalhar igualmente no desenvolvimento das múltiplas cadeias de valor do sector. “O sector é diversificado, pelo que o investimento vai permitir um aumento da produção de forma significativa”, disse.
Para o dirigente, nesta altura, o desafio passa pelo aumento de produção de pedras e metais preciosos, bem como o incremento da produção e processamento de rochas ornamentais e o aproveitamento de recursos não metálicos como ferro, fosfato e potássio. Passa, igualmente, pelo aumento da produção de metais ferrosos, lapidação de diamantes, conhecimentos geológico de Angola, visando a elaboração de mapas e actualização de inventário de recursos minerais existentes no país e promover as boas práticas de governação como o rigor e a transparência na concessão de direitos mineiros.
Questionado sobre a produção de ouro no país, o responsável garantiu ocorrências referindo que o país possui mapas com maior detalhes que poderá permitir maiores investimentos. Em relação à produção do ouro, fez saber que existem geologicamente algumas ocorrências, sendo que, com os levantamentos do Plano Nacional de Geologia, o país dispõe de mapas com maior detalhes que permitiram que se tivesse apostas consideráveis em ter- mos de investimentos.
No que toca às províncias com ocorrência de ouro, o dirigente destacou o Huambo e Huíla, incentivando os investidores nacionais e estrangeiros e as grandes multinacionais para encararem a realidade do ouro em Angola.
Jânio Correia Victor anunciou estes números na apresentação das realizações de produção, comercialização e exportação de diamantes em 2023, apontando a Sociedade Mineira de Catoca como o maior factor de sucesso da indústria diamantífera angolana naquele período, com 71 por cento da produção total.
O secretário de Estado notou que, apesar do crescimento registado na recuperação, a produção total de 2023 representa uma diminuição de cerca de 21 por cento face à previsão estabelecida. Durante o ano passado, Angola comercializou 9,396 milhões de quilates de diamantes brutos ao preço médio de 163 dólares por quilate, o que corresponde ao valor bruto de 1,5 mil milhões de dólares.
Dados disponibilizados pela Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola (Sodiam) indicam que o volume comercializado no ano passado representa um crescimento de 2,16 por cento em relação a 2022, quando as vendas angolanas se situaram em 9,197 milhões de quilates, sendo que as projecções institucionais apontam que a entrada em funcionamento da Sociedade Mineira do Luele vai contribuir para o aumento da produção diamantífera, segundo Jânio Correia Victor, que destacou, para o período de 2023, um aumento considerável de acções e projectos de responsabilidade social por parte das empresas.
Salienta-se que ‘‘o sub-sector diamantífero continua a ser uma das principais áreas estratégicas para o desenvolvimento económico e social, representando uma fonte importante de receitas para o Estado”, frisou Jânio Correia Victor. De ressaltar que fazem parte das actividades das jornadas do trabalhador mineiro workshop sobre ouro, exposição fotográfica, lançamento de livro e o prémio mineiro de ciclismo na província do Huambo, atribuição do Prémio Catoca de Jornalismo e a abertura do campeonato de xadrez.
As actividades decorrerão nas províncias de Luanda, Huambo, Lunda-Norte e Lunda-Sul, sob o lema “A evolução e perspectivas da actividade mineira em Angola”. O Dia do Trabalhador Mineiro foi instituído a 27 de Abril de 1985, pelo então Conselho de Defesa e Se- gurança de Angola, em reconhecimento ao desempenho deste segmento da economia nacional, que transforma em riqueza os recursos minerais de que o país dispõe.