A garantia foi dada, recentemente, no município da Matala pelo ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, tendo dito que os trabalhos de construção e apetrechamento do Centro de Bioveterinária, que está a ser instalado DR na província do Huambo.
O governante informou que, para garantir o pleno funcionamento do Centro de Bio-Veterinária do Huambo, está a ser formado um grupo de jovens angolanos pela empresa concessionária de direito Sul-africano, para que o mesmo funcione na produção de vacina animal com vista a garantir o seu acesso a todos os criadores, sobretudo os pecuaristas.
Sem adiantar o valor aplicado na construção do Centro de Bio-veterinária, o ministro da Agricultura e Florestas explicou que o objectivo é garantir o acesso às vacinas para todos os criadores angolanos de forma a se evitar a importação dos fármacos, como tem vindo a ser feito até agora.
“Não temos no país farmácias veterinárias, e nem todos os nossos criadores, principalmente a maioria ou os criadores tradicionais tem condições para adquirir as vacinas, nós já começamos a nível do país um processo em que está sendo montado na província do Huambo, um Centro de Bio-veterinária, que para além da pesquisa, vai começar a fabricar as vacinas aqui no país.
Hoje em dia, tudo o que é vacina para a saúde animal, nós importamos e com esta importação, são gastas avultadas somas de dinheiro que fazem falta ao país”, disse. Por outro lado, o ministro da Agricultura e Florestas, informou que o projecto de construção do Centro de Bio-veterinária, está a ser executada de forma integrada, que se traduz, para além da construção e equipamento do referido empreendimento do Governo angolano, na formação local dos quadros que vão fazer funcionar o referido centro.
“Nós temos um projecto integrado em que, não é só a questão da fábrica, como também a formação do pessoal, assistência técnica, porque nós durante algum tempo de pelo menos dois a três anos, vamos precisar que quem connosco está a trabalhar permaneça até que os angolanos consigam ganhar todo o ritmo a nível dos processos.
A meta é que no próximo ano, 2025, possamos inaugurar este Centro, estamos a formar os jovens que nele vão trabalhar, temos relações com uma empresa que nos está a prestar assistência, uma empresa sul-africana, estes jovens vão para a Africa dos Sul para aumentar os seus níveis de conhecimento e verem o funcionamento de fábricas similares, a nossa meta é que no próximo anos tenhamos a fábrica de vacinas angolanas a funcionar”, garantiu.
“Resultados da campanha agrícola 2023/2024 são animadores”
O ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, disse que isto ocorre em função das quedas pluviométricas que se registaram durante a época chuvosa passada e do envolvimento das famílias camponesas de todo o país. Segundo o responsável ministerial, com as informações obtidas dos produtores nacionais envolvidos na referida época agrícola, houve um crescimento do sector da agricultura, tendo em atenção os resultados da colheita, na ordem dos 6.6 por cento, contra os 5.6 por cento na época anterior, ou seja da campanha agrícola 2022/2023.
“O ano agrícola 23/24 é animador, a informação que temos é que as colheitas estão a correr muito bem em todas as províncias do país, haverá um aumento significativo da produção agrícola em todas as fileiras e os resultados que temos com duas das culturas que nos preocupavam, porque produzíamos muito pouco, como é a questão do arroz e do milho, estamos a andar muito bem, nós pensamos que para esta campanha 23/24, os resultados da produção agrícola serão maiores, já conseguimos ver a nível do país uma grande diversidades de produtos em todas as províncias, estamos na Huíla e podemos destacar aqui o aumento da produção de cereais.
Aliás, a Huíla sempre foi muito famosa neste domínio, e acreditamos que teremos uma situação melhor, quando comparada com a do ano anterior”, informou. Relativamente à produção de arroz, António Francisco de Assis adiantou que os passos que estão a ser dados pelo Executivo no relançamento da produção deste cereal no país, mostra bons indicadores, sobretudo nas províncias de Malange, Lunda Sul, Lunda Norte, Moxico Uíge, Cuando Cubango e Huíla, apesar de ainda estar longe de se atingir a autossuficiência na produção. A estimativa de colheita de arroz para a presente época agrícola, de acordo com o ministro da Agricultura e Florestas é de 60 a 70 mil toneladas do produto.
Sem adiantar a quantidade necessária para se alcançar a autossuficiência, o responsável reconhece que ainda há caminho por percorrer. “Foi uma experiência boa, experiencia porque tínhamos deixado de fazer arroz e começamos a fazê-lo agora, as estimativa de colheira de arroz é muito boa, para quem antes tinha zero, essas 60, 70 mil toneladas, naturalmente não chegam para satisfazer a demanda do país estamos ainda muito longe, por isso é que o Ministério da Industria, recentemente despoletou um processo por formas a que o país possa importar arroz com algumas regras que antes não existiam na importação deste cereal”, admitiu.
António Francisco de Assis disse que antes da intervenção do Ministério da Indústria, a importação do arroz era feita de forma desregrada, com a sobrefaturação da parte dos importadores. Com a intervenção do Ministério da Indústria, disse o Ministro da Agricultura e Florestas, o país poupa 50 por cento do valor das importações.
“Planagrão foi concebido apenas para o Leste do país”
A província da Huíla é conhecida pelo seu forte na produção de cereais com destaque para o milho, feijão de variadas espécies, massango, massambala, soja, que abastece as províncias do Huambo e Benguela. Ainda assim, esta província não foi contemplada no plano de desenvolvimento do trigo, arroz, soja e do milho, denominado “Planagrão” avaliado em 43 mil milhões de kwanzas destinados ao aumento da produção de cerca de 3,14 milhões de toneladas de arroz, feijão, soja e milho.
Este facto faz com que alguns produtores de cereais da província da Huíla se sintam excluídos dos programas de incentivo à produção gizados pelo Governo. Entretanto, o ministro da Agricultura e Florestas, explicou que o plano de desenvolvimento do trigo, arroz, soja e do milho denominado “Planagrão” foi concebido para apoiar os produtores privados no Leste do país, nomeadamente nas províncias do Moxico, Lunda Norte, Lunda Sul e Cuando Cubango, numa aérea de 2 milhões de hectares, com um custo global estimado em 1,6 mil milhões de kwanzas.
“A Huíla não pertence ao Leste do país, o Planagrão é um programa que foi criado pelo executivo com o objectivo de produzir grãos em grande escala no Leste do país, com vista a alavancar também estas províncias, porque é nestas províncias onde nós podemos encontrar grandes áreas. Quem tem que produzir neste programa não é o Governo, é o sector privado tanto nacional como estrangeiro, quem quiser investir na produção de grãos em grande escala, temos terras disponíveis no Leste de Angola”, esclareceu.