O grupo de empresários americanos pertencentes a multinacional DAGAN, LTD vão investir, a partir do próximo ano, no sector da agricultura e Pescas no país. A intenção foi manifestada, ontem, Segunda-feira, à saída de uma audiência concedida pelo secretário de Estado para Agricultura e Pecuária, João Cunha
O projecto contempla a produção agrícola, piscícola e de biosal, bem como centros de formação e pesquisas agro-alimentar e a componente turística. Por esta razão, a delegação americana vai fazer a prospecção destes sectores em Angola. Segundo o presidente Executivo da Dagan Ltd, Sharon Amar, o empreendimento para a pisci- cultura será instalado numa área de 25 hectares, dos quais 20 em terra, ao longo da costa marítima e fluvial, para a instalação de 14 tanques-estufas de 10 mil metros quadrados de criação de peixes.
Os quatro hectares de terra estão destinados ao cultivo de cereais, com destaque para a produção de proteínas/ração para peixes, bem como para o consumo alimentar e um hectare em alto mar para a criação em cativeiro de espécies referenciadas de peixe. Sharon Amar salientou que o projecto começa a ser executa- do em 2024 e deverá ser implantado em Luanda ou na província de Benguela. “ Estudos estão a ser desenvolvidos para encontrar o local”, disse. O empresário manifestou dispo- nibilidade financeira para o projecto, realçando o suporte necessário para os aspectos burocráticos, cedência e legalização de terras para o posterior trans- porte dos equipamentos.
O líder do grupo americano considerou Angola um país estável e com to- das as condições de crescimento e desenvolvimento. Planagrão Por sua vez, o secretário de Estado para Agricultura e Pecuária, João da Cunha, referiu que o ministério está disponível para trabalhar com os empresários americanos, destacando as inúmeras oportunidades no sector da agro- pecuária e florestas. “Estamos numa fase de aumento da produção interna, como cereais, leguminosas, carne diversas e exploração de mel”, disse.
Segundo o dirigente, o Ministério da Agricultura vai trabalhar com os empresários americanos, no sentido de identificar áreas onde possam realizar a produção em grande escala. Por outro lado, vão associar-se à produção dos empresários nacionais com o plano de desenvolvimento do trigo, arroz, soja e do mi- lho, denominado “Planagrão”, que vai contribuir para o fornecimento de matéria-prima suficiente.
O responsável enalteceu o projecto, lembrando que houve algumas tentativas que não passaram do papel e o futuro da piscicultura passa pela maricultura. “Pretendemos sair de uma pesca extractivista para pesca uma sustentável que vai estimular a vinda de outros operadores económicos”, disse. A visita dos empresários americanos teve início no dia 29 de Janeiro e vai decorrer até 05 de Fevereiro.
De recordar que a visita do grupo empresarial americano a Angola é resultado das audiências que o ministro António Francisco de Assis concedeu a vários empresários na visita da delegação angolana à Washington (Estados Unidos da América), que decorreu de 13 a 15 de Dezembro de 2022, no âmbito da captação de investimentos.