Cento e noventa milhões de Kwanzas é a dívida que os 700 agricultores que exploram terras no perímetro irrigado da Matala têm com a Sodmat – Sociedade de Gestão , desde 2012, pelo fornecimento de inpust agrícolas e assistência técnica.
O facto foi relevado à Angop, na Matala, pelo presidente do conselho de administração da Sodmat, Cipriano Ndulumba. Na ocasião, disse que os produtores do perímetro devem “muito” dinheiro e a sociedade continua a exigir que os devedores cumpram as suas obrigações, mas a quebra que houve na produção em 2015 devido à estiagem, assim como as dificuldades na aquisição de insumos, afectou os produtores. “ Nós temos ainda um empresariado muito novo e muitos deles eram funcionários do Estado e só agora começaram a apostar na actividade empresarial.
Eles pensavam que o Estado ainda continuava a ser de providência e recorriam à Sodmat, que faz a distribuição dos insumos agrícolas aos produtores. “Pediam créditos de campanha, não reembolsavam e isso criou alguns transtornos à gestão da empresa”. Cipriano Ndulumba sublinhou que essa postura dos produtores propiciou a ocorrência de rupturas na cadeia de receitas por parte dos empresários, pois as receitas de um determinado ano servem para a aquisição de insumos agrícolas para o seguinte. Por outro lado, fez saber que a Sociedade também tem dívidas, mas de longo prazo, ligadas à implementação das infra- estruturas, como é o caso das câmaras de frio e da fábrica de concentrado de tomate, cujos recursos foram obtidos via financiamento do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).
“São essas dívidas que, quando forem quitadas à Sodmat poderão igualmente pagar os créditos à banca e resolver os problemas do canal de irrigação. “Sem isso não podemos fazer nada, é necessário que haja um volume de produção a nível do perímetro”.. O perímetro irrigado da Matala conta com um canal com 43 quilómetros de extensão que irriga 11 mil hectares. A Sodmat, gestora do perímetro tem como principal accionista o Estado angolano e conta com 96 trabalhadores.