O activo líquido da Bolsa de Dívidas e Valores de Angola (BODIVA) teve um aumento de 10 milhões e 166 mil Kwanzas, o que corresponde a um aumento de 69,28%, comparativamente ao ano 2022. Conforme o relatório divulgado recentemente pela BODIVA, o aumento do activo líquido de 10 166 milhões de kwanzas diz respeito às demonstrações financeiras, enquanto o resultado líquido cifrou-se em 3 080 milhões de kwanzas, o que corresponde a mais 797,65% que o período homólogo.
Além disso, o capital próprio da empresa atingiu 7.635 milhões de kwanzas, resultando em indicadores financeiros sólidos, como um retorno sobre o activo (ROA) de 31%, retorno sobre o património líquido (ROE) de 40%, e um rácio de autonomia financeira de 78%.
O documento aponta que a assembleia-geral decidiu distribuir 35% dos resultados do exercício como dividendos aos accionistas. A BODIVA sublinhou ainda o seu compromisso em promover um mercado de capitais robusto, transparente e eficiente, fornecendo infra-estrutura segura e serviços de alta qualidade. Esses esforços visam não apenas fortalecer a posição da BODIVA no mercado financeiro, mas também impulsionar o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável em Angola.
Transacções disparam 416% no primeiro trimestre
O volume de transacções na BODIVA disparou 416% no primeiro trimestre de 2024, o que aponta para um ganho nas negociações, ao totalizar os 1,173 biliões de kwanzas, o que para a instituição revelam um crescimento sem precedentes. Conforme os dados, é a primeira vez que o volume transaccionado nos primeiros três meses do ano cresce de forma tão significativa, representando um avanço de 416,4% em relação ao período homólogo, onde se registou 227,133 mil milhões de kwanzas. O incremento substancial no valor transaccionado na bolsa é atribuído principalmente ao aumento no número de negócios realizados.
Durante este período, o número de negócios saltou de 695 para 956, reflectindo um crescimento de aproximadamente 37,5%. Analisando os dados mensais, observa-se que o mês de Janeiro foi o principal contribuinte para o aumento das transacções, com um volume total de 766,915 mil milhões de kwanzas, resultantes de 330 negócios. Por outro lado, o mês de Março, embora tenha registado o maior volume de negócios, com cerca de 366 transacções, apresentou um valor total transaccionado de 201,082 mil milhões de kwanzas, marcando uma diferença considerável em relação ao mês de Janeiro.
Em Fevereiro, por sua vez, registou transacções na ordem dos 205,014 mil milhões de kwanzas, com 260 negócios celebrados. Esse aumento substancial no volume de transacções reflete o crescente interesse dos investidores no mercado de capitais e sugere um ambiente propício para o desenvolvimento económico do país. Após o término do prazo para a transferência de serviços e actividades de investimento em valores mobiliários para sociedades corretoras e distribuidoras de valores mobiliários (SDVM/SCVM), alguns bancos ainda mantêm a posse de contas custódias.
Apesar dos esforços regulatórios para promover uma transição suave das actividades de investimento dos bancos para as sociedades corretoras e distribuidoras de valores mobiliários, a persistência de alguns bancos na posse de contas custódias tem desafiado esse processo, segundo a BODIVA. O Millennium Atlântico é um dos principais nesse cenário, mantendo 2.019 contas custódias e detendo uma significativa quota de mercado de 6,9%.
Essa posição destaca a relutância de certas instituições em ceder o controle sobre as contas custódias, mesmo após o prazo estipulado pelas regulamentações. Além do Millennium Atlântico, outros bancos também mantêm contas custódias, embora em menor número. São os casos do BFA que possui 149 contas, enquanto o Caixa Angola, BAI e Banco Valor detêm sete, três e duas contas, respectivamente. Esses números reflectem uma diversidade de abordagens entre os bancos em relação à transição para as sociedades corretoras.
POR: Francisca Parente