O responsável falava durante a sessão de apresentação do relatório económico do terceiro trimestre de 2023, num encontro que juntou professores universitários, estudantes, investigadores em ciências económicas, empresários, gestores públicos e privados. Afirmou que sem novos investimentos no sector, Angola pode registar a escassez do petróleo nos próximos nove anos, daí a necessidade de trabalhar na projecção de novas reservas, para a exploração e, consequentemente, elevar as políticas relacionadas com a diversificação da economia.
Explicou que, actualmente, as atenções estão concentradas nas reservas petrolíferas já descobertas há décadas, cujo ciclo produtivo pode terminar caso se descarte investimentos no sector para constituição de novos postos de exploração do “ouro negro”, com maior peso na economia nacional. Disse ser urgente a implementação de programas sobre a diversificação da economia angolana, baseada na produção de receitas nãopetrolíferas, estimulando, deste modo, a dinamização da actividade comercial doméstica e a criação de empresas consistentes para o desenvolvimento sustentável.
Heitor Carvalho disse que o Orçamento Geral do Estado (OGE) pode estar em risco se o país continuar com uma economia dependente das receitas petrolíferas. Por esta razão, destacou a necessidade da abertura de novas alternativas produtivas, que promovam e assegurem o bem-estar da população nas comunidades.
O director do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (CINVESTEC) defendeu, igualmente, a necessidade do Estado efectuar o reconhecimento dos direitos de propriedade, para que seja possível a criação de capitais decisivos para aumentar as receitas não-petrolíferas do país. Apontou a redução da dívida externa e as despesas governamentais, como outra estratégia económica que pode contribuir na constituição do valor acrescentado, para suavizar o ambiente de negócio angolano.
Por outro lado, reconheceu os esforços do Executivo angolano na resolução dos problemas sociais económicos, porém augura pela atracção de novos investidores para a constituição de novas reservas petrolíferas, para travar a escassez do “ouro negro”. O petróleo em Angola, ainda, comanda as receitas fiscais e tem sido decisivo na sustentabilidade da economia.